O conselheiro afastado do Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT), Waldir Teis, entrou com pedido de aposentadoria na manhã da última quarta-feira (16). O requerimento encontra-se em tramitação no TCE, sob relatoria do presidente da Corte de Contas, Guilherme Antônio Maluf. Caso seja aprovado no TCE, o pedido ainda passará pelo governador Mauro Mendes (DEM).
Em maio, Maluf assinou o pedido de averbação de contribuição à favor de Waldir Teis. Segundo o documento, ele contribuiu por 33 anos, 7 meses e 28 dias.
Já o requerimento de aposentadoria foi apresentado cinco meses depois que Teis foi pego tentando ocultar provas de seu envolvimento em esquemas de desvio de dinheiro entre os anos de 2012 e 2018 no Tribunal de Contas.
LEIA MAIS: Conselheiro afastado do TCE, Waldir Teis é preso pela Polícia Federal
Na ocasião, a Polícia Federal cumpria mandados de busca e apreensão devido à 16ª fase da Operação Ararath. Teis foi pego por um dos agentes descendo 16 andares de um edifício comercial em Cuiabá e jogando cheques no lixo.
LEIA MAIS: Conselheiro afastado do TCE, Waldir Teis é preso pela Polícia Federal
Acusado de obstruir a Justiça, Teis chegou a ser preso no dia 1º de julho devido à tentativa de obstrução à Justiça. Depois do crime, o Ministério Público Federal (MPF) requereu condenação pela infração de embaraço à investigação, indenização por danos morais coletivos, no valor de R$ 3 milhões, além da prorrogação do afastamento do conselheiro até o trânsito em julgado da denúncia.
Em agosto, o conselheiro deixou o Centro de Custódia de Cuiabá (CCC), após habeas corpus concedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli.
LEIA MAIS: STF manda soltar conselheiro flagrado jogando cheques em lixeira
Afastamento
Teis foi afastado após ser citado na delação do ex-governador Silval Barbosa à Procuradoria Geral da República (PGR), em 2017.
De acordo com o depoimento de Silval, o conselheiro Carlos Novelli, à época presidente do TCE-MT, o procurou alegando que os conselheiros estavam “descontentes” com as obras do Mundial, do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit) no estado e as obras do MT Integrado, programa de pavimentação.
Para não prejudicar as obras, o ex-governador afirmou que os conselheiros, dentre eles Waldir Teis, pediram R$ 70 milhões em propina, mas que, após negociações, ficou acertado o pagamento de R$ 53 milhões. Ao todo, segundo Silval, foram emitidas 36 notas promissórias.
Além de Teis, também foram citados na delação de Silval os conselheiros Antonio Joaquim, José Carlos Novelli, Valter Alabno e Sérgio Ricardo de Almeida.
Mesmo afastados, os conselheiros continuaram recebendo remuneração mensal. Conforme dados do TCE-MT, em novembro, Waldir Júlio Teis recebeu subsídio de R$ 35.462,22.
Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.
Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram.
Siga-nos no TWITTER e acompanhe as notícias em primeira mão.