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O arcebispo metropolitano de Cuiabá, dom Milton Antônio dos Santos, disse que a população da Capital deveria ter sido ouvida sobre a lei que criou a Agência Municipal de Regulação dos Serviços de Água e Esgotamento Sanitário e dá concessão à iniciativa privada. De acordo com dom Milton, esse processo não foi discutido amplamente com os consumidores, que são os principais interessados no assunto.
A reação do arcebispo aconteceu na reunião ocorrida na manhã desta quinta-feira (21) entre ele e representantes do Fórum Contra a Privatização da Sanecap, da qual fazem parte vereadores e servidores da companhia, que está prestes a ser extinta.
Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Saneamento Ambiental de Cuiabá (Sitaesa), Ideueno Fernandes de Souza, disse que a reunião foi bastante produtiva. O arcebispo mostrou-se interessado pelo assunto e criticou a atitude dos parlamentares.
Dom Milton concorda com as estratégias explicadas pelos representantes do Fórum. O arcebispo se comprometeu em discutir o assunto no programa na rádio Bom Jesus de Cuiabá (AM 630).
Depois de falar sobre como foi a aprovação do projeto de privatização do saneamento e apontar as irregularidades verificadas, o vereador Lúdio Cabral (PT) explicou que o Fórum procurou a igreja e outras instituições com a ideia é ampliar o apoio na busca pela retomada do debate sobre o assunto.
“O sistema de saneamento é um monopólio natural, não há concorrência na administração, isso não é saudável, pois muitas pessoas ainda têm dificuldade de acesso a ela. A água é um bem público e, portanto, deve ser gerido pelo poder público. Dizer que não funciona por ser público é um argumento que não nos convence, pelas experiências que nós já temos de serviços privatizados e que são péssimos”, disse Lúdio.
Ao final da exposição, dom Milton opinou: “O problema de tudo isso foi como o projeto foi aprovado, sem discussão. O que a gente vê hoje na política é o favoritismo de alguns partidos, para favorecer a vontade de alguns, e isso não me parece certo”, afirmou o arcebispo. Em seguida, citou o filósofo e jurista Rui Barbosa e sua famosa crítica em que fala sobre “a vergonha de ser honesto”, referindo-se ao que se sente ao ver manobras políticas como essas.
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