Valdete Calvi pediu que o ex-cunhado, Regivaldo Batista Cardoso, não use políticamente o crime que vitimou a irmã dela, Cleci Calvi Cardoso, e as três sobrinhas Miliane, Manuela e Melissa. As quatro foram assassinadas dentro de casa, em 2023, na cidade de Sorriso (397 km de Cuiabá). Regivaldo é pré-candidato a deputado federal.
A nota foi divulgada pelo jornalista Roberto Santos no Instagram. Posteriormente, o mesmo vídeo foi repostado por Valdete Calvi.
No texto, ela afirma que a irmã e as sobrinhas foram vítimas de um “crime brutal”, que causou uma “dor permanente, que não pode ser relativizada, explorada ou utilizada como instrumento de promoção pessoal ou política”.
“Diante disso, é imprescindível registrar que não autorizamos, em nenhuma hipótese, o uso da imagem, do nome, da memória ou da história da família para fins políticos, eleitorais ou midiáticos”, afirma no posicionamento.
Valdete explica que não se opõe à candidatura do ex-cunhado e deseja sucesso, “desde que isso ocorra por mérito próprio, por suas ideias, propostas, capacidade e compromisso com a sociedade e não pela associação à tragédia que atingiu a nossa família”.
“Nossa dor não é bandeira. Nossa história não é ferramenta eleitoral. A memória das meninas não será usada como argumento político”, prossegue o texto.
Por fim, afirma que o objetivo da comunicação é resguardar a dignidade das vítimas e assegurar que a memória delas seja respeitada.
ENTENDA O CASO
Regivaldo Batista Cardoso se tornou uma figura pública em todo o estado após o assassinato da família. Ele é caminhoneiro e não estava em casa no momento do crime, ocorrido em novembro de 2023.
As vítimas, Cleci Calvi Cardoso, 46; Miliane Calvi Cardoso, 19 anos; Manuela Calvi Cardoso, 12 anos e Melissa Gabriela Cardoso, de 10 anos foram encontradas mortas, com diversos ferimentos no corpo, dentro da casa da família na manhã de 27 de novembro.
O assassino, Gilberto Rodrigues dos Anjos, foi preso em flagrante no mesmo dia. Ele trabalhava e morava em uma obra próxima à residência da família. Levado à julgamento, ele foi condenado a 225 anos de prisão em regime fechado.
Leia a íntegra do posicionamento:
Diante do cenário político que se aproxima no ano de 2026, me manifesto de forma clara, responsável e inequívoca.
Minha irmã e minhas sobrinhas foram vítimas de um crime brutal que marcou de forma irreversível a história da nossa família. Trata-se de uma dor permanente, que não pode ser relativizada, explorada ou utilizada como instrumento de promoção pessoal ou política.
É de conhecimento público que o pai das meninas, em razão da repercussão desse episódio, tornou-se uma figura conhecida e hoje se apresenta como pré-candidato a cargo eletivo. Diante disso, é imprescindível registrar que não autorizamos, em nenhuma hipótese, o uso da imagem, do nome, da memória ou da história da família para fins políticos, eleitorais ou midiáticos.
Reafirmo, contudo, que não me oponho à sua candidatura. Desejo, inclusive, que ele possa alcançar êxito, desde que isso ocorra por mérito próprio, por suas ideias, propostas, capacidade e compromisso com a sociedade e não pela associação à tragédia que atingiu nossa família.
A eventual eleição deve ser fruto de projetos concretos, responsabilidade pública e atuação humana e ética, jamais da instrumentalização de uma dor que não pode ser convertida em discurso político.
Nossa dor não é bandeira.
Nossa história não é ferramenta eleitoral.
A memória das meninas não será usada como argumento político.
Este manifesto tem como finalidade estabelecer limites claros, resguardar a dignidade das vítimas e reafirmar que a memória de minha irmã e de minhas sobrinhas deve ser preservada com respeito, humanidade e silêncio jamais explorada.
Este é meu posicionamento.
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