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Política Terça-feira, 30 de Dezembro de 2025, 15:20 - A | A

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Terça-feira, 30 de Dezembro de 2025, 15h:20 - A | A

DO OUTRO LADO DA PONTE  

Com 16 trocas no staff, Flávia Moretti encerra primeiro ano sob isolamento político

Média de mais de uma mudança por mês no secretariado reflete instabilidade no Paço Couto Magalhães; prefeita enfrenta CPI, estremecimento com vice e pressão da Câmara.

ALINE COÊLHO
DA REDAÇÃO

A gestão da prefeita Flávia Moretti (PL) chega ao final de seu primeiro ano (2025) marcada por um recorde de instabilidade administrativa: 16 trocas no primeiro escalão. A alta rotatividade no secretariado ressoa no desgaste interno com o vice-prefeito, Tião da Zaeli (PL), e no isolamento junto à Câmara Municipal, onde a gestora dispõe de apenas um aliado fiel, o líder do Governo, Bruno Rios (PL).

A média de mais de uma troca por mês sugere uma dificuldade crônica de alinhamento entre as expectativas da prefeita e a execução técnica e política dos escolhidos.

CRISE NO DAE

Flávia iniciou o mandato decretando situação de emergência e calamidade pública nas áreas do Município afetadas por deslizamentos de terra e pela falta de abastecimento de água. O problema foi atribuído à deficiência na prestação do serviço, justificada por Flávia pelo sucateamento da rede e suposto boicote, além de atos de vandalismo. A reclamação sobre o serviço, em especial em áreas periférias, escalonou até protestos com piquetes e fogo nas ruas. 

Houve ainda a decretação de situação de emergência em saúde pública no município no início de 2025, devido à epidemia de arboviroses (dengue, zika e chikungunya), após um aumento alarmante de cerca de 400% no número de notificações de casos nos primeiros 15 dias do ano. Neste caso, ela também aferiu culpa ao ex-gestor Kalil Baracat (MDB) que teria deixado de realizar ações administrativas para garantir o atendimento no início da nova gestão.

LEIA MAIS: VG decreta situação de emergência e calamidade pública pelas fortes chuvas 

LEIA MAIS: Flávia decreta calamidade pública por crise no abastecimento de água  

No último trimestre deste ano, o decreto de estado de calamidade pública foi estendido por mais 180 dias, também devido à crise no abastecimento de água potável no município.

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Isso demonstra a dificuldade em resolver o problema crônico do município, que foi o principal mote de campanha, sob o slogan “Sede por Mudança”, focada em resolver o problema do DAE (Departamento de Água e Esgoto).

Já de posse do Executivo, ela enfrentou a realidade estrutural e protestos em bairros periféricos que reclamam da piora no serviço. Moretti realizou uma troca geral na autarquia e iniciou o processo de privatização via estudo técnico, contratando a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) para realizar o diagnóstico financeiro, patrimonial e estrutural do DAE, sem licitação, fato que gerou questionamentos na Câmara e da população. 

LEIA MAIS: Líder comunitária diz que detenção foi tentativa de "calar" denúncias sobre contrato sem licitação 

ACÚMULO DE DESGASTES

A relação com o vice, Tião da Zaeli, ruiu publicamente com trocas de farpas. Zaeli chegou a questionar a capacidade de gestão da prefeita, sugerindo que mulheres “sem estrutura emocional” não devem fazer política, sem mencionar o nome de Flávia diretamente.

LEIA MAIS: Tião diz que mulheres “sem estrutura emocional” não devem fazer política

No Legislativo, o isolamento é quase total. O desgaste começou antes mesmo da posse, quando Flávia teria tentando articular uma presidência alternativa contra Wanderley Cerqueira (MDB). Em resposta, Cerqueira uniu os parlamentares e declarou independência, isolando a prefeita.

A guerra entre Executivo e Legislativo teve várias batalhas ao longo do ano, como a aprovação da “Lei do Diploma”, que obrigou Flávia a demitir o próprio marido, Carlos Alberto, da Secretaria de Assuntos Estratégicos por falta de curso superior. Ironicamente, a norma é de autoria do atual líder da prefeita, Bruno Rios. Flávia ainda foi chamada de 'mentirosa' durante uma Sessão Ordinária da Câmara por Japonês, episódio que classificou como violência de gênero.

O desgaste culminou na “CPI do Slogan”, onde a Câmara investiga a inclusão de marcas pessoais em uniformes escolares, o que pode ser classificado como promoção pessoal com dinheiro público.

"DANÇA DAS CADEIRAS"

No staff, a mudança mais recente ocorreu na segunda quinzena de dezembro, quando Silvio Fidelis assumiu a secretaria de Governo, sendo o terceiro nome à frente da pasta em um ano.  A mudança é vista como um sintoma da dificuldade de articulação junto aos parlamentares.

Fidelis que possui experiência acumulada como secretário de Educação nas gestões de Lucimar Campos (UB) e Kalil Baracat (MDB) assumiu o lugar Carol Melo. Carol, por sua vez, estava à frente da Pasta desde a saída de Dito Lucas, que deixou a secretaria para articular a pré-campanha de José Medeiros ao Senado.

OUTRAS TROCAS

DAE: Zilmar Dias Silva substituiu o coronel Sandro Azambuja. A saída de Azambuja teria sido motivada por falta de diálogo com os vereadores.

Administração: Nadir Martins Araújo pediu exoneração. Antônio Roberto Possas de Carvalho assumiu, mas faleceu pouco tempo depois, sendo substituído provisoriamente por Anilton Novais e, finalmente, por Jaqueline Favetti.

Planejamento: Drielli Martinez substituiu Fabyane Akemi Nagazawa que foi para a subsecretaria de Administração.

Desenvolvimento Econômico: Samir Katumata “Japonês” deixou a pasta para assumir vaga na Câmara e ser o líder do Governo, cargo que ocupou por cerca de seis meses. Ele indicou Mário Quidá para assumir. Mário foi exonerado após farpas públicas entre Japonês e Moretti. Na sequência, assumiu Fabyane Akemi Nagazawa

Serviços Públicos: Lucas do Chapéu do Sol (PL) licenciou-se da Câmara para assumir a pasta, assumindo o suplente dele na Câmara, Samir Japonês. Porém, Lucas, pediu afastamento no final deste ano para tratar de assuntos pessoais.

Educação: Padre Edson Sestari deixou o cargo para retomar atividades eclesiásticas. Cleiton Marino Santana assumiu brevemente, sendo sucedido por Igor Cunha no final de julho.

Previvag: Sumaia Leite de Almeida substituiu Maria Rosaine Toledo Rosa Ribeiro.

Gestão Fazendária: Marcos José da Silva assumiu no lugar de José Mazzuco Filho.

Assistência Social: Gustavo Duarte foi exonerado após ser alvo da Operação Fake News da Polícia Federal. Cristina Saito assumiu a vaga.

Assuntos Estratégicos: Carlos Alberto (marido da prefeita) foi exonerado pela "Lei do Diploma", sendo substituído por Inaciray Ramos de Brito Tavera. 

 

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