O advogado Rodrigo da Costa Ribeiro, preso em flagrante nesta quarta-feira (3) em Cuiabá por seu envolvimento como estrategista jurídico e operador financeiro do Comando Vermelho (CV), também tem uma extensa ficha criminal por ameaças e intimidações a terceiros, cônjuges e até sua mãe. Apenas entre 2019 e 2025 há 17 processos registrados no Processo Judicial Eletrônico (PJe) e dez boletins de ocorrência na Polícia Civil.
Em 2024, foi preso após agredir a namorada com socos nos rins e lesões nos braços, que precisou de atendimento médico e acionou o SAMU. “A guarnição deslocou-se até o local do fato, onde fez contato com a vítima, que estava em prantos de choro, e confirmou ter sido agredida pelo convivente. A vítima queixava-se de dor nos rins e apresentava lesões em ambos os braços”, diz trecho do boletim.
Em 2020, empurrou a própria mãe no rosto, machucando seu olho, após ela tentar conversar com ele; o episódio foi registrado como lesão corporal e violência psicológica.
“Narra a comunicante que seu filho sempre fez torturas psicológicas com ela; que o suspeito a xinga, a chama de ‘satanás’, a desrespeita e a incomoda. Na data de hoje, a vítima foi falar algo para o suspeito e colocou o dedo em seu ombro, momento em que o suspeito virou a mão no rosto dela e pegou em seu olho”, declarou a mãe à Polícia.
Já em 2019, foi acusado de invadir uma loja de móveis em Cuiabá armado e apontar uma pistola para uma funcionária, em companhia de outro homem, ameaçando todos no local.
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Nos últimos anos, constam ao menos 10 boletins de ocorrência em seu nome por crimes como ameaça, difamação, calúnia, dano e apologia ao crime. Em um deles, um vizinho relatou ter sido ameaçado com arma de fogo dentro do condomínio Brasil Beach. Em outro, ele foi denunciado por perseguir e difamar constantemente moradores em grupo de WhatsApp, criando clima de tensão e medo.
Os 17 processos que tramitam no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) vão de violência doméstica a crimes contra a honra e incidentes no Juizado Especial. De acordo com as investigações, em vários casos, Rodrigo usou seu status de advogado e a “aura de impunidade” ligada ao CVMT para intimidar vítimas, muitas das quais se recusam a se identificar por temer represálias.
A Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Mato Grosso (OAB-MT), instaurou processo que pode levar à suspensão de sua carteira.
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