O ano de 2025 termina com o desfecho de uma das histórias mais longas e turbulentas da saúde mato-grossense. A Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá, fundada em 1817 e por décadas referência regional, encerra sua trajetória institucional após sucessivas tentativas frustradas de recuperação, negociações políticas inconclusas e um processo de venda, até o momento, que não encontrou interessados nem com forte deságio.
De passar por décadas sob gestão das Irmãs Salesianas e depois funcionar como uma instituição filantrópica privada, em 2019, o hospital passou a funcionar sob administração do Governo de Mato Grosso, que assumiu a gestão para evitar o colapso dos serviços. A medida, inicialmente emergencial, acabou se tornando permanente enquanto a instituição acumulava dívidas trabalhistas e enfrentava disputas judiciais.
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Ao longo desse período, circularam discussões sobre uma possível incorporação definitiva pelo Estado ou pelo município. A prefeitura de Cuiabá alegava não ter recursos para assumir enquanto o governo seguiu focado em concluir o Hospital Central de Mato Grosso, inaugurado em 19 de dezembro, e a Santa Casa permaneceu juridicamente independente e financeiramente inviável.
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O FIM DE UM SÍMBOLO
Em 2025, a Justiça do Trabalho intensificou a liquidação do patrimônio para tentar quitar parte dos débitos trabalhistas. O prédio histórico, tombado desde 1998, foi colocado à venda por R$ 78,2 milhões. Sem interessados, em outubro, o valor caiu pela metade: R$ 39,1 milhões. Mesmo assim não houve propostas. Nesta época, o prefeito Abilio Brunini (PL) chegou a declarar que havia interesse em comprar o prédio histórico se o preço cair para R$ 25 milhões.
Em dezembro, a Justiça convocou credores para aceitar deságio de 30% nos créditos trabalhistas, numa tentativa de destravar o processo. O abatimento, até o momento, não foi suficiente para atrair compradores para um imóvel que reúne obstáculos como o tombamento, que limita reformas e uso, alto custo de manutenção e adequação.
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