O produtor rural Antonio Galvan assume a presidência da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), para o triênio 2018/2020 com as metas de mudar a visão negativa que a população tem sobre o agronegócio e os defensivos agrícolas, padronizar e fiscalizar melhor a classificação de grãos, além de cobrar o uso adequado do Fundo Estadual de Transporte e Habitação (FETHAB) por parte do Governo, ponto que têm incomodado a categoria.
Membro da associação desde a fundação, Galvan acredita que está preparado para o desafio e confiante nas melhorias para o setor nos próximos anos.
“A gente praticamente se criou com a diretoria da Aprosoja. Agora nos foi lançado esse desafio e estamos preparados para fazer o melhor pelo segmento”, afirma.
Galvan ressalta que os agrotóxicos têm sido mal vistos pelas pessoas e afirma a necessidade dos produtos para a produção de alimentos em larga escala. O presidente vai mais a fundo e compara os defensivos agrícolas com remédios. “Ele, assim como o remédio que compramos na farmácia, serve para combater a doença, a peste na lavoura. A diferença entre o remédio e o veneno é a dosagem e cada agrotóxico tem a medida certa a ser usada. Temos que desmistificar isso”, alerta.
“Claro que se pudermos vamos usar o mínimo possível, até porque é caro. O defensivo representa cerca de 25% do custo da lavoura”, pontua. “A gente não usa porque gosta, mas porque precisa. Se pudesse a gente saia dele [defensivo]”, assevera.
Ao longo de anos no ramo do agronegócio, Galvan afirma que há muita corrupção no ramo de classificação de grãos. A variação na análise do grão tem rendido grandes prejuízos ao produtor que tem seu produto desvalorizado injustamente.
“Temos que entrar num entendimento e fugir dessa corrupção que há no ramo. Não são todas as empresas e classificadores, mas uma situação cada vez mais crescente”, explica.
O terceiro ponto a ser alcançado pelo presidente é cobrar para que o Fethab seja empregado na melhoria das estradas do estado. Fator de grande importância para o crescimento estadual e para a produção dos agricultores. “Se quer aumentar arrecadação tem que investir nessas melhorias. Não é aumentando impostos. A estrada é de grande necessidade para o produtor escoar sua mercadoria, mas é necessária para todos. Nem o andarilho passa numa estrada sem asfalto. Vamos cobrar firmemente para que seja investido para a finalidade que foi criado”, afirma.
Galvan substitui o produtor rural Endrigo Dalcin. Finalizando sua gestão, Dalcin avalia de forma positiva o período que passou a frente da Aprosoja, com muitos obstáculos vencidos diante da crise política atravessada pelo país.
“Essa crise atrapalhou a aprovação de alguns projetos e liberação de crédito pelos bancos. Apesar desses percalços tivemos uma safra recorde na safra passada. Outro ponto muito importante foi a judicialização do pagamento dos royalties. Já acionamos a Justiça para não pagar mais pelo uso da semente”, afirma Dalcin.
A nova diretoria da Aprosoja assume os cargos no mês de janeiro e a solenidade de posse será realizada nesta quinta-feira (14).
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