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A realização do Governo Itinerante em Pontes e Lacerda, no último dia 17, tem um significado regional e histórico importante: essa foi a segunda vez, em 20 anos, que o Governo se instalou no município.
Da primeira vez, no governo Jayme Campos, e agora com Silval Barbosa. Da primeira vez, um evento restrito a cidade de Pontes e Lacerda. Desta vez, um evento com alcance regional.
Quem veio a Pontes e Lacerda no primeiro governo itinerante, na década de 1990, e teve a oportunidade de voltar no último dia 17, certamente levou um choque, no bom sentido que a transformação da realidade pode provocar.
Vinte anos atrás Pontes e Lacerda se ressentia do desânimo, da falta de perspectivas. Assolada por atividades econômicas cruéis, como a exploração madeireira e o garimpo, a cidade tinha índices de violência e pobreza alarmantes, a infra-estrutura urbana era caótica, com apenas algumas ruas asfaltadas, esgoto a céu aberto, e, o mais importante, a população com a auto-estima na altura dos calcanhares.
Numa relação e causa e efeito, nossos políticos mal conseguiam planejar a cidade para o ano seguinte, uma vez que as carências os forçavam a pensar em fechar as contas do final do mês. Isso sem falar na falta de visão estratégica e de longo prazo.
A Pontes e Lacerda de hoje, com quase o dobro da população, é uma cidade que se destaca pela euforia do crescimento econômico que já a projeta à frente de Cáceres, com uma infra-estrutura urbana em acelerada ampliação e com uma liderança política que se empenha em preparar a cidade para os próximos 20 anos.
A Pontes e Lacerda que recebeu Jayme Campos não existe mais. A Pontes e Lacerda que recebeu Silval Barbosa ainda receberá outros governadores, talvez o próprio Silval, porque se inscreve na geopolítica regional como principal pólo de lazer, cultura, economia e serviços.
Não apenas as cidades de Comodoro, Vila Bela da SS. Trindade, Nova Lacerda, Conquista do Oeste, Vale de São Domingos, Jauru, Reserva do Cabaçal e Rondolândia – que estiveram presentes no Governo Itinerante do último dia 17 -, mas praticamente todas as cidades da região Sudoeste de Mato Grosso hoje percebem Pontes e Lacerda com essa posição de liderança regional.
E esta liderança pode ser comprovada, por exemplo, no fato do prefeito Newton Miotto e do prefeito em exercício, Hilário Garbim, terem priorizado, durante o Governo Itinerante do último dia 17, os atendimentos das cidades vizinhas, ao contrário do que normalmente acontece, já que os anfitriões costumam resolver primeiro os seus problemas, depois os dos demais, se der tempo. Em Pontes e Lacerda foi o inverso.
Questões superlativas, como segurança pública e saúde, foram temas tratados n Governo Itinerante do último dia 17, e que não se esgotaram. Ao contrário, podemos entender que o Governo Itinerante foi um novo recomeço do necessário debate em busca de soluções mais perenes para esses problemas.
Quem é líder não disputa posições com os liderados, e assume mais responsabilidades. Creio que os prefeitos Newton Miotto e Hilário Garbim – que a propósito, demonstram uma sinergia que certamente está na base do sucesso de sua gestão no município nos últimos sete anos – têm nessa consciência a principal orientação para construir a harmonia necessária da região Sudoeste para reequilibrar esse jogo das desigualdades regionais que assolam Mato Grosso. Juntos, os municípios da região, sob a liderança de Miotto e Garbim, serão capazes de tornar o Sudoeste uma das regiões que mais crescem e se desenvolvem, mostrando a Mato Grosso que o estado não é apenas soja.
(*) GILMAR MALDONADO ROMAN é historiador e secretário de Administração de Pontes e Lacerda, e colaborador de Hipernoticias. E-mail: [email protected]
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