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Artigos Domingo, 12 de Junho de 2011, 12:48 - A | A

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Domingo, 12 de Junho de 2011, 12h:48 - A | A

O encontro perfeito

Dia dos Namorados é uma data que, comumente, aciona o desejo de muitas pessoas de serem felizes através de relacionamentos amorosos. A maioria teme ficar só, sem a companhia de alguém, não só nessa comemoração, mas pelo resto de seus dias

ENILDES CORRÊA

“Solitude é a alegria de ser você mesmo. Amor sempre traz solitude. Solitude sempre traz amor. Amor lhe dá a coragem para estar só, porque o nutre. Amor é enraizar-se na Existência; é a urgência profunda de se tornar um com toda a Existência”. Osho

Dia dos Namorados é uma data que, comumente, aciona o desejo de muitas pessoas de serem felizes através de relacionamentos amorosos. A maioria teme ficar só, sem a companhia de alguém, não só nessa comemoração, mas pelo resto de seus dias.

No entanto, grande parte dos relacionamentos torna-se muito mais fonte de frustrações e conflitos do que de alegria e nutrição emocional. Os casais terminam se usando reciprocamente na medida em que satisfazem os seus interesses e necessidades individuais. Quanto maior os desencantos amorosos e as frustrações, maior é o anseio das pessoas de encontrarem alguém com quem possam manter um relacionamento romântico perfeito. Porém, poucos estão interessados em aprender a relacionarem-se consigo de maneira equilibrada e harmônica, condição básica e primordial para a harmonia nos relacionamentos.

Muitos temem a solidão, como se ficar só fosse algo perturbador e amedrontador... Atualmente, posso dizer com segurança que conheço a alegria e a liberdade da solitude. Um estado que nos liberta da ansiedade e da agonia dos apegos, bem como das reações e sofrimentos que deles decorrem, normalmente. Uma conquista de valor inestimável, que me foi ofertada pela dedicação de mais de vinte anos dedicados ao autoconhecimento, percorridos na via correta.

Adquiri a certeza de que não devemos ter medo de ficarmos sós. Como já disse alguém: “a solidão é um chão onde todos deveriam plantar”. Às vezes, esse é o solo necessário para que nasça e floresça a rosa do amor dentro de nós. E, uma vez que esteja presente, não importa a sua cor – vermelha, branca, amarela, rosa –, a sua fragrância atrairá o sentimento de unidade e comunhão com a Existência.

Todavia, não é um caminho fácil, e no início, é árduo e amargo. Tal como uma rosa, compõe-se de espinhos e de pétalas macias. Nos primeiros passos, identificamo-nos com os espinhos, e muitas vezes, sem habilidade para lidar com eles, somos machucados e sentimos a dor desse contato. Porém, à medida em que prosseguimos, guiados pelo entendimento da natureza da vida, essa identificação começa a desfazer-se, o nosso olhar volta-se para o alto e somos surpreendidos pela beleza da forma, do colorido e maciez das pétalas. Mais a frente, transcendemos ambos os lados, aceitamos a rosa do jeito que ela é e compreendemos que essa dualidade faz parte da sua natureza. E de nossas bocas saem espontaneamente as palavras bíblicas: Por Tudo Dai Graças.

Ao imergir nas águas profundas do Ser, descobrimos que a nossa “cara metade” não está fora, e sim, dentro de nós mesmos. O encantado encontro perfeito entre o príncipe e a princesa dos contos de fadas acontece no mundo interior, que é a união e a harmonia das polaridades energéticas yin e yang. Vivem à espera de um único olhar para dentro para celebrar esse casamento sagrado, que se realiza na dimensão silenciosa e invisível de nosso próprio ser.

Quando as polaridades internas harmonizam-se e encontram-se, tornamo-nos seres inteiros e é possível caminhar na vida sem o auxílio de muletas psicológicas, sem esperar ansiosamente que o outro nos complete e nos faça “feliz para sempre”. Não colocamos essa responsabilidade nos ombros de ninguém. O encontro com o outro passa a ser sustentado no compartilhar amoroso e não na necessidade emocional de nos agarrarmos a alguém. E isso vale para qualquer tipo de relação da convivência humana.

O Mestre espiritual com quem convivi no Oriente, usou a simbologia de dois pássaros voando na imensidão do céu para descrever o encontro entre dois seres que se amam. Voam juntos, desfrutam da companhia um do outro, sem nenhum sentimento de posse a aprisioná-los entre si. As correntes da posse, da dominação e do apego matam o fluir do amor.

E o remédio contra esse veneno, o qual destroi belas possibilidades de encontro entre os seres humanos, é a autoaceitação com amor e compreensão, o que gradativamente, nos fortalece em nível emocional e espiritual, permitindo a conexão com o estado interior de silêncio e solitude, que nos preenche e nos conduz à pureza e à inteireza do ser. É diferente de solidão, que é sentir de maneira dolorosa a ausência desta ou daquela pessoa ao nosso redor.

Enquanto escrevo este texto, ouço André Rieu e deixo-me envolver pela harmonia de suas melodias. Celebro a solitude e o sentimento de comunhão com a vida que cresce no meu coração. Ecoam dentro de mim as palavras do místico sufi indiano, Kiran Kanakia:

“A menos que você chegue àquele ponto de preenchimento dentro de você, não há nenhuma possibilidade de encontrar satisfação em algo ou em alguém fora de você. Se não entendermos como nos relacionar conosco, não haverá jeito de nos relacionarmos com o outro”.

“Você está se procurando. Você está procurando a si mesmo nos olhos de todos que você encontra”.

Namastê!

(*) BENEDITA ENILDES DE CAMPOS CORRÊA é Administradora e Terapeuta Corporal Ayurveda. Prof. de Yoga. Autora do livro Vida em Palavras. E-mail: [email protected]

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

 

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