A política foi empurrada para a lógica do like. O algoritmo premia quem grita, não quem resolve. O risco: políticos populares, mas mandatos vazios.
Há mais de um ano venho combatendo em minhas palestras e em redes sociais o uso excessivo do entretenimento nas peças publicitárias e nos conteúdos digitais dos políticos. E não sou careta ou ultrapassado; apenas enxergo a política como ela deve ser.
Política não é entretenimento, é responsabilidade.
Vivemos um tempo em que a política disputa atenção com vídeos de quinze segundos, danças coreografadas, memes e tendências que duram menos que uma semana. A lógica das redes sociais empurrou o debate público para o território do entretenimento, e muitos políticos passaram a acreditar que, para serem ouvidos, precisam antes divertir.
Esse é um erro perigoso.
Política não é espetáculo. Não é palco. Não é performance para aplausos momentâneos. Política é decisão que afeta vidas, é escolha que define prioridades, é ação que constrói, ou compromete o futuro de uma cidade, de um estado, de um país.
Quando a comunicação política se rende completamente à lógica do entretenimento, ela perde profundidade, enfraquece a autoridade do mandato e banaliza o papel do representante público. O problema não está em usar a internet, nem em adotar uma linguagem acessível, criativa ou leve. O problema está em confundir leveza com superficialidade e criatividade com comédia.
Comunicar bem não é chamar atenção a qualquer custo. É explicar com clareza. É traduzir decisões complexas para a vida real das pessoas. É prestar contas de forma honesta. É mostrar, com verdade, como o mandato impacta positivamente o cotidiano da população.
O cidadão pode até curtir o político engraçado, mas vota em quem resolveu seus problemas ou poderá mudar sua realidade.
(*) JÚNIOR CAMPOS é Marketeiro, Especialista em assessoria em comunicação e marketing político. Já assinou mais de 30 campanhas eleitorais, coordenando campanhas na Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Pernambuco. Presta consultoria em comunicação e marketing em Prefeituras e Câmaras Municipais. É uma das referências no Brasil em oratória política, tendo treinado dezenas de políticos para debates e discursos. É membro do CAMP e palestrante nacional.
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