São boas as expectativas para a economia de Mato Grosso em 2026.
Levantamento do desempenho trimestral do PIB de Mato Grosso, divulgado pela Coordenadoria de Estudos Socioeconômicos da Secretaria Estadual de Planejamento mostra que no acumulado dos doze meses terminados em junho/2025 a economia de Mato Grosso cresceu 14,5%. No mesmo período, a economia brasileira cresceu 3,2%.
A agropecuária foi a locomotiva que puxou o acelerado ritmo de crescimento do estado, com aumento de 27%. A indústria cresceu 4,9% e o setor de serviços 2,4%.
Os dados do segundo semestre ainda não estão disponíveis. Mas, considerando a sazonalidade da safra de grãos, cujos impactos são maiores na primeira parte do ano, espera-se leve desaceleração nos dois últimos trimestres de 2025, devendo a economia do estado fechar o ano com crescimento de 12,79%. Bem acima do PIB nacional, que deve crescer entre 2,3 e 2,5%.
As condições locais que proporcionam o forte crescimento da economia estadual são o aumento da produção agropecuária (leguminosas, oleaginosas, cereais, fibras, carnes), expressiva expansão da agroindústria e elevação dos investimentos públicos e privados em infraestrutura (energia elétrica, rodovias, ferrovia, construção civil, transportes, turismo). O comércio exterior teve papel relevante para o desempenho da economia local com aumento da demanda de produtos agropecuários que, por sua vez, ajudaram a aumentar a produção agrícola.
Como as condicionantes de produção e demanda continuam no mesmo ritmo, é possível estimar cenário econômico favorável para Mato Grosso em 2026, com crescimento acima de 12%.
A safra estadual de grãos de 2026 deve ser igual ou até mesmo superior à de 2025. A produção de algodão e carnes apresentam as mesmas expectativas de aumento. A produção de etanol de milho e biodiesel aumentará com o início de operação de novas plantas industriais nas diversas regiões do estado.
Sob a ótica do consumo, a demanda internacional de commodities agropecuárias deve continuar aquecida. Além da China continuar comprando no mesmo ritmo de 2025, a conquista de novos mercados internacionais assegura o aumento das exportações mato-grossenses.
No mercado doméstico nacional, as expectativas são de crescimento moderado em 2026, próximo de 2%, inflação se aproximando da meta de 3% e a perspectiva de início do ciclo de redução da taxa básica de juros a partir de abril, devendo situar-se entre 11,75 e 12,25% ao final do ano.
O mercado de trabalho aquecido, com taxas de desemprego baixas e aumento da renda média do trabalho são fatores que favorecem o consumo das famílias e, por conseguinte, a produção agropecuária, da qual Mato Grosso é líder nacional.
A isenção de imposto de renda para trabalhadores com ganhos mensais de até cinco mil reais libera quantidade expressiva de dinheiro que vai diretamente para o consumo de bens e serviços, colaborando para o aumento moderado do PIB do país.
As eleições gerais também constituem variável que atua para o aquecimento da demanda doméstica ao longo de 2026, principalmente no mercado de trabalho, setor de serviços e de infraestrutura. As campanhas contratam muita gente e serviços e o governo federal e governadores aumentam de forma significativa os investimentos em obras e serviços em anos eleitorais ao buscarem suas reeleições ou eleição do sucessor.
O ambiente internacional, com previsão de crescimento moderado de 2,3%, segundo relatório do Banco Mundial, terá efeito macroeconômico quase neutro na dinâmica econômica do Brasil e de Mato Grosso. A brutal elevação das tarifas alfandegárias imposta unilateralmente pelo governo americano a todos os países não produziu os efeitos catastróficos previstos inicialmente. No caso do Brasil, produziu efeitos colaterais positivos, ao proporcionar agendas políticas ao governo federal, aproximar parte do empresariado das autoridades nacionais para a boa condução das negociações e acelerou a abertura de novos mercados às exportações de produtos brasileiros.
Há vários anos o PIB de Mato Grosso tem uma trajetória de crescimento forte, bem acima da média nacional. A economia estadual mostra um “descolamento” da dinâmica econômica do país e do nível de desempenho do PIB nacional. Os indicadores socioeconômicos locais indicam que essa trajetória deve se repetir em 2026.
(*) VIVALDO LOPES é professor, economista e ex-secretário de Fazenda de Cuiabá e de Mato Grosso.
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