A ex-juíza e senadora cassada, Selma Arruda, avaliou como ‘muito provável’ a cassação do ex-juiz e senador Sérgio Moro (UB). Em entrevista ao O Globo, Selma, que ficou conhecida como ‘Moro de saias’, classificou o processo contra o ex-magistrado de Curitiba como um “revanchismo” pela Operação Lava-Jato.
“Vejo a história se repetir, parece que estou revivendo a minha história, de você não conseguir mexer com certas pessoas (no enfrentamento da corrupção na área da Justiça) sem ter o troco. Essa é a verdade, é a maior injustiça contra o Moro, um revanchismo contra a Lava-Jato”, afirmou Selma à coluna de Malu Gaspar.
A ex-senadora foi cassada em 2019 por seis votos a um no plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ela foi acusada de cometer caixa dois e abuso do poder econômico na campanha de 2018. A jurisprudência firmada pelo TSE no caso de Selma Arruda é citada dez vezes pelo Ministério Público Eleitoral do Paraná no parecer sobre a denúncia contra Moro.
O parlamentar foi acusado pelo PT e pelo PL de caixa dois, abuso do poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação social nas eleições de 2022. De acordo com os partidos, Moro se beneficiou da pré-campanha à presidência da República, o que concedeu a ele vantagem indevida quando decidiu concorrer ao Senado.
Segundo os cálculos do MP, cerca de R$ 2 milhões foram empregados somente na pré-campanha do então candidato à presidência da República.
No parecer à Justiça Eleitoral, o MP considerou que “não há como desvincular os benefícios eleitorais advindos da alta exposição do primeiro investigado (Moro), alcançada por meio da pré-candidatura à Presidência, de sua efetiva campanha ao cargo de Senador no estado do Paraná, pois a projeção nacional de uma figura pública desempenha um papel crucial, mesmo em eleição a nível estadual, influenciando diversos aspectos do processo eleitoral”.
Os procuradores Marcelo Godoy e Eloisa Helena Machado também afirmaram que os gastos da pré-campanha de Moro, custeados pelo Podemos e pelo União Brasil, ultrapassaram “excedem em muito os limites do razoável”.
Em posicionamento à imprensa, Moro tem dito que é alvo de “perseguição política” pelo trabalho desempenhado contra o PT e por “oportunistas” que perderam a eleição no PL.
Na avaliação de Selma Arruda, que faz discurso de perseguição semelhante ao de Moro, a cassação é “muito provável”. “Vão usar o meu julgamento no TSE como precedente contra ele”, lamentou a ex-juíza.
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