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Justiça Segunda-feira, 20 de Outubro de 2025, 11:52 - A | A

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Segunda-feira, 20 de Outubro de 2025, 11h:52 - A | A

OPERAÇÃO SISAMNES

PF detalha táticas de grupo criminoso para despistar venda de sentenças

Relatório mostra como advogados e lobistas usavam códigos, contatos falsos e celulares de terceiros para negociar decisões judiciais no STJ e tribunais estaduais

ANDRÉ ALVES
Da Redação

O relatório parcial da Polícia Federal sobre a Operação Sisamnes, que revela o sistema de negociação de decisões judiciais liderado pelo advogado Roberto Zampieri, assassinado em dezembro de 2023 em Cuiabá, e pelo lobista Andreson Gonçalves, mostrou que os envolvidos usavam de táticas para blindar a comunicação para diminuir as evidências. Segundo a PF, a venda de resultados processuais, que atingiram o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e tribunais de Justiça de outros estados, incluindo Mato Groso, teria caráter híbrido, com atuações tanto de agentes externos quanto de integrantes de gabinetes.

O relatório descreveu que o sistema de "blindagem comunicacional" usado para reduzir rastreabilidade e enfraquecer o valor probatório das mensagens utilizava três mecanismos centrais.

O uso de contatos com nomes genéricos (por exemplo, “pedreiro”, “veterinária”, “advogado”) para dar aparência trivial às conversas, a referência a processos por expressões cifradas (ex.: “Ronaldo Lago X” para indicar autos da “Fazenda Lago X”) ou ainda a criação de contatos com iniciais ou fragmentos de nomes para ocultar identidades reais, compreensíveis apenas ao grupo.

Os investigadores apontam ainda a utilização de anúncios e catálogos de leilões de cavalos como material aparentemente legítimo, mas que poderia conter referências cifradas; e a entrega de aparelhos celulares e cartões SIM registrados em nome de terceiros para dificultar a correlação entre número e usuário efetivo.

LEIA MAIS: PF vasculha celular de lobista e encontra evidência de transferência milionária a filha de ministro

De acordo com o documento, o modelo funcionava em duas frentes complementares. Na primeira, “de fora para dentro”, advogados constituídos recorriam a intermediários com trânsito nos gabinetes que, sem peticionar ou atuar processualmente, prometiam influenciar julgamentos mediante movimentações financeiras milionárias. Na segunda, “de dentro para fora”, servidores e assessores do próprio gabinete procuravam advogados ou partes interessadas oferecendo a “aquisição” do resultado jurisdicional, transformando decisões em objeto de negociação ou leilão.

Trechos de mensagens apreendidas entre Zampieri e Andreson ilustram como supostamente funcionava o esquema. “Anderson, esse processo/recurso que estão te pedindo pra tentar resolver, te peço por favor. cuide para nada mudar a decisão do TJMT. Eu comprei esse processo, comprei a área, essa briga processual, eu estou nela há mais de dez anos. ninguém imagina o que já gastei nisso”, disse o advogado em mensagem extraída do seu celular.

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