Sem tornozeleira eletrônica e andando com dificuldade por conta de uma cirurgia que fez para prevenção do câncer de próstata, o ex-vereador de Cuiabá João Emanuel, que está prisão domiciliar devido às investigações da operação Castelo de Areia, prestou depoimento na Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), na tarde desta terça-feira (30), para explicar sobre sua participação no Grupo SOY, que fazia empréstimos fraudulentos milionários a empresários, empreiteiros e agricultores.
Segundo o ex-vereador, que foi citado pela Polícia Civil como um dos mentores do esquema e vice-presidente da organização, ele apenas prestou serviços como assessor jurídico do Grupo SOY. Disse que jamais fez traduções chinesas ou teve acesso a possíveis clientes que buscavam empréstimos.
“Nós funcionávamos na empresa como advogados. Éramos assessores jurídicos e só aparecíamos quando a advocacia era solicitada. Não há nada em relação a traduções e nacionalidade chinesa. O presidente do grupo chegava a falar em direitos internacionais, mas nunca falei ou traduzi nada para ninguém”, comentou.
João Emanuel ainda confirmou que sua prisão em pleno leito de hospital foi uma supresa, principalmente, por que tanto ele quanto o irmão, Lázaro Moreira Lima, já não prestava serviço diretamente à empresa desde novembro de 2015.
“Eu estava operado quando recebi o mandado de prisão às 06h da manhã em um leito de hospital. Não tinha conhecimento de nada que estava acontecendo. Depois fui levado para o meu domicílio. Foi uma surpresa pra mim, quando aconteceu a operação eu estava inviável até de andar, pelo menos ganhei a possibilidade de recuperar em casa. Mas estamos preparando nossos documentos e juntando os contratos para mostrar que éramos apenas advogados”, disse.
A cirurgia que João Emanuel estava se recuperando quando recebeu a ordem de prisão é de retirada do epidídimo, que previne o câncer de próstata. Segundo ele, não foi armação, muito menos uma tentativa de ludibriar a imprensa.
“Eu não queria e nem tive intenção de enganar ninguém. Eu de fato estou operado (levanta a camisa e mostra a cirurgia). Estou cumprindo prisão em casa, não estou de tornozeleira e ainda aguardando algumas informações sobre o processo. Porém, hoje tive condições de sair de casa e estou aqui para colaborar. Não quero atrapalhar nada e quero provar que nossa participação com o grupo SOY só era de advogado”, garante.
Operação Castelo de Areia
A investigação, comandada pela Delegacia Regional de Cuiabá em conjunto com a Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), apura crimes de estelionatos praticados supostamente pela organização criminosa, que age em todo o Estado de Mato Grosso aplicando variadas formas de golpes, deixando prejuízos que ultrapassam R$ 50 milhões para pelo menos sete vítimas identificadas até o momento.
Em um dos golpes, uma vítima afirma que o vice-presidente da empresa Soy Group, o advogado João Emanuel. teria utilizado um falso chinês para ludibriá-lo em um suposto investimento com parceria com a China, fazendo com que o investidor emitisse 40 folhas de cheque, que juntas somam o valor de R$ 50 milhões.
As ordens de prisão e buscas são da Vara do Crime Organizado e cumpridas em Cuiabá, Várzea Grande e Chapada dos Guimarães.
Além de João Emanuel, foram presos o casal Shirlei Aparecida Matsucka e Walter Dias Magalhães Junior, Marcelo de Melo Costa, Lazaro Roberto Moreira Lima (condução coercitiva) e Evandro José Goulart. Todos são investigados por crimes de estelionato.
Atualizada às 16h20
Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.
Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram.
Siga-nos no TWITTER ; INSTAGRAM e FACEBOOK e acompanhe as notícias em primeira mão.