Nos últimos tempos, o afastamento da sociedade das questões políticas, que envolvem todos os entes da federação vem, tornando-se algo cada vez mais nítido.
Os constantes estelionatos eleitorais, as promessas não cumpridas e a ausência de representantes próximos ao povo, são apenas alguns dos motivos que alimentam essa insatisfação.
Outro fator preocupante e que nos evidencia claramente essa realidade, é o crescimento da aversão política espontânea dos jovens da geração atual, e daquelas gerações que estão por vir.
Dados e números nos demonstram claramente isso.
As eleições municipais de 2016, por exemplo, quando comparada ao mesmo pleito eleitoral do ano de 2012, evidenciam que cerca de mais de 38% dos jovens se ausentaram das discussões políticas municipais e do direito democrático de exercício do voto.
Ou seja, àquilo que por um momento sintetizou um dos maiores anseios de toda uma geração, atualmente vem cedendo espaços às drogas, ao álcool, e abrindo um caminho extenso para o crescimento da marginalidade.
Sendo assim, a busca de parcerias entre os poderes e às instituições de ensino, torna-se, neste momento, algo valoroso e a ser pensado.
O reforço e o aperfeiçoamento de ações desenvolvidas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT), como a “Semana do Jovem Eleitor”, precisam ganhar um impulso maior, ampliando sua extensão ao ambiente das próprias Instituições de Ensino e Casas Cidadãs.
A Câmara Municipal de Cuiabá, também, necessita resgatar e aprimorar idéias como àquelas do projeto “Jovem Cidadão”, de autoria dos ex-vereadores Luiz Marinho (PTB) e Domingos Sávio (PSD).
Projeto este, que visava estimular, os alunos das escolas públicas de Cuiabá, a conhecerem e acompanharem os ambientes da Câmara Municipal e a Sessão Ordinária do dia.
Além de impulsionar o envolvimento dos jovens com a política, tais projetos, acabam consequentemente, por contribuir para a quebra gradual da pecha do “ambiente dos horrores”, comumentemente instalado nesse local.
É, fato, consumado que a nossa classe política atual está desgastada e necessita se reerguer.
Nada melhor, portanto, do que buscar se reerguer naqueles que um dia, estarão lá, legislando e fiscalizando em prol das futuras gerações.
É importante que o jovem sinta a presença do seu representante político, no seu próprio ambiente escolar, em especial os vereadores do seu município, já que estes devem ser àqueles mais próximos e acessíveis ao povo.
É valoroso também, que estes jovens possam visitar os ambientes de trabalho destes respectivos representantes e, conhecer suas devidas funções e atribuições.
Afinal, é no, âmbito escolar, que os jovens discentes terão o primeiro contato, com as noções básicas da ética, sociedade, cidadania e democracia, termos formadores dos pilares básicos da essência do termo política.
Todos nós sabemos, mas é importante ressaltar que a juventude sempre registrou, mesmo que de forma direta ou indiretamente, sua presença marcante e o seu espírito aguerrido e de lutas em todas as maiores conquistas sociais.
Os maiores líderes políticos, desde o Brasil Império até a atualidade, iniciaram sua militância e carreira política antes dos vinte anos de idade.
Àqueles, que contribuíram, para que Mato Grosso, atualmente pudesse ocupar a liderança nacional na produção agrícola, com projeções cada vez maiores para os próximos anos, também iniciaram suas lutas antes mesmo de atingirem a sua maioridade.
Os governos, portanto, necessitam ter responsabilidade com a geração que os acompanham e que os sucederão. Nossos legisladores e fiscalizadores também.
Pois, como já diria a Ministra Carmem Lúcia, “Não vamos permitir que o jovem desacredite da política em razão dos erros de alguns”.
*GABRIEL GUILHERME é estudante de Direito da Universidade de Cuiabá e suplente de vereador por Cuiabá pelo PV. [email protected]
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