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Cidades Domingo, 26 de Maio de 2024, 09:05 - A | A

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TRAGÉDIA NO RS

Migração gaúcha esperada para MT pode trazer déficit habitacional, mas mão de obra à agroindústria

Mesmo não tendo dados oficiais, já existe a especulação da vinda de famílias do RS em razão da catástrofe ambiental que assola o estado e por Mato Grosso ser considerado o “celeiro” do país, como pondera comentarista econômico

JOLISMAR BRUNO
Da Redação

O comentarista econômico e presidente do Movimento Mato Grosso Competitivo (MMTC), Gustavo de Oliveira, citou a possibilidade de aumento no déficit habitacional de Mato Grosso com a possível migração de famílias do Rio Grande do Sul para o estado, em razão da catástrofe natural que abate o Sul. Mesmo não tendo dados oficiais, já existe a especulação sobre a vinda de famílias e profissionais gaúchos, tendo em vista o fato de Mato Grosso ser considerado o “celeiro do Brasil”, por conta de sua produção agropecuária, e destaque na indústria em diversos segmentos, ganhando cada vez mais espaço. Assim, conforme Gustavo, caso ocorra a migração, o principal setor a ser beneficiado será a agroindústria do Estado, com mão de obra. 

Segundo dados da Fundação João Pinheiro (FJP), o déficit habitacional de Mato Grosso é de 120.207, que representa 9,9% da população. Os dados são referentes ao ano de 2022 e é calculado pela FJP em parceria com a Secretaria Nacional de Habitação do Ministério das Cidades, com base nos dados do Cadastro Único (CADÚnico). 

Jolismar Bruno/HNT

Frio Cuiabá

 

Já dados da Associação Comunitária de Habitação do Estado de Mato Grosso (ACDHAM) revelam que o déficit habitacional atinge quase 65 mil famílias de baixa renda em 23 dos 142 municípios. Somente em Cuiabá, 22 mil famílias carentes não têm casa própria. Em Várzea Grande, são mais de 7,5 mil.

Reprodução/Linkedin

Gustavo de Oliveira

Gustavo de Oliveira, presidente do Movimento Mato Grosso Competitivo

“Já tem um déficit com a própria população do Estado. Aumentaria esse déficit habitacional. Se vai dar incentivo para construção de habitações, principalmente populares, para habitantes de outro estado, não pode esquecer que tem essa questão [déficit] já local. Ou seja, essa política de redução do déficit pode levar em conta eventuais migrantes, mas é preciso lembrar dos nativos”, analisou Gustavo de Oliveira para o HNT.

A especulação da migração de gaúchos para Mato Grosso já começou a ser discutida entre os parlamentares. Na segunda-feira (20), o senador Jayme Campos disse, durante participação em um podcast, que iria propor no Congresso Nacional que Mato Grosso passasse a receber famílias do Sul afetadas pelas enchentes que ocorrem desde o fim do mês de abril. 

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Gustavo de Oliveira ainda citou a infraestrutura pública e a demanda maior nas áreas de  Saúde e Educação e na colocação profissional no mercado de trabalho. Além disso, o comentarista destacou que Mato Grosso é um estado grande e que, caso ocorram as migrações, as famílias precisam ser realocadas em regiões conforme os costumes e condições de vida que tinham no Rio Grande do Sul. 

“Se eles vierem de uma maneira precária, vão depender 100% do setor público. Mato Grosso é um estado muito grande. São 142 municípios dos mais diversos portes. É preciso uma estratégia de casamento dessas famílias para que elas migrem para regiões onde elas vão ter uma real oportunidade econômica dentro das habilidades e das capacidades de vida delas. Se trouxer alguém que está acostumado com agricultura para morar no perímetro urbano de Cuiabá e Várzea Grande, só vai engrossar a fila de desempregados”, elucidou Gustavo de Oliveira. 

Reprodução

Enchente Rio Grande do Sul

 

Um estudo divulgado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), realizado com base nos municípios atingidos pelas enchentes, estima que 94% da atividade econômica já foi prejudicada de alguma forma pela tragédia ambiental. Segundo Gustavo, o tempo de recuperação é muito demorado.

O comentarista ainda citou que, no Rio Grande do Sul, existe muita “mão de obra” capacitada, que pode ser aproveitada em Mato Grosso. Ele se refere às pessoas com alguma formação acadêmica que atuavam no mercado gaúcho. Por outro lado, há profissionais que prestavam serviços em pequenos e médios comércios, empresas e indústrias e que “não terão colocação no mercado”. Nas duas situações, como prevê, pode ocorrer a migração para Mato Grosso, beneficiando principalmente, em sua avaliação, o setor da agroindústria. 

“A definição do local e do perfil socioeconômico do município, região para onde vai se instalar é fundamental. Essas pessoas podem vir e ocupar postos de trabalho que estão abertos hoje. Temos muitas vagas de empregos que estão abertas porque não temos pessoas qualificadas. Em muitas ocupações agroindustriais, essas pessoas podem vir com contratação certa já", apontou.

ACOLHIMENTO DAS FAMÍLIAS

A reportagem do HiperNotícias procurou a Secretaria de Estado de Assistência Social e Cidadania (Setasc-MT) para verificar se a pasta planeja alguma recepção para a possível chegada das famílias gaúchas a Mato Grosso. Mas, até a publicação desta reportagem, não obteve retorno sobre o assunto. 

No momento, as ações do governo estadual estão voltadas para a ajuda ao povo gaúcho. Cabe destacar que o governo fez a doação de R$ 50 milhões para o RS de recursos oriundos de um fundo estadual. Além disso, diversas campanhas de arrecadação de alimentos, itens de higienes, roupas, entre outros estão em curso para serem enviados mantimentos ao Rio Grande do Sul.

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TRAGÉDIA BRASILEIRA

A tragédia brasileira que está ocorrendo no Rio Grande do Sul, conforme definiu Gustavo de Oliveira, já matou 161 pessoas, segundo a Defesa Civil gaúcha, até esta sexta-feira (24). As enchentes tiveram início no dia 29 de abril e já deixaram milhares de desabrigados. Mais de 400 das 497 cidades do estado foram afetadas. As chuvas que tinham dado uma trégua na capital Porto Alegre voltaram a cair nesta quinta-feira já causam novos estragos. 

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