Mayke Toscano/Hipernotícias |
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Toninho de Souza, depois de ser pressionado, recuou, mas afirma que não é feio "voltar atrás" |
Políticos de Mato Grosso comentaram a pesquisa feita pela KGM Pesquisa e divulgada pelo Hipernotícias. A consulta foi feita para saber a opinião da população quanto a aprovação por vereadores, no dia 12 de julho, da lei que cria a Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário na Capital (Amaes), exigência do governo federal para privatizar o sistema.
A pesquisa apontou que a população está insatisfeita com a maneira como lei foi aprovada na Câmara de Vereadores e sancionado pelo prefeito de Cuiabá, Chico Galindo (PTB). A consulta aponta que 70,8% dos entrevistados querem a revogação da lei.
Na mesma pesquisa foi perguntado se a comunidade acredita que haverá melhorias com a concessão, e 49,2% disse que não confia que os serviços de saneamento da Capital vão ficar melhores.
O prefeito de Cuiabá, Chico Galindo, não quis comentar a pesquisa. Mas o secretário de Comunicação da Prefeitura, Mauro Cid, disse desconhecer dados da consulta e argumenta que o Executivo tem dados de que a população aprova o projeto de concessão da Sanecap.
“Por enquanto o que foi publicado na pesquisa é a verdade da KGM. Temos pesquisa que contraria tudo isso. Não sei se o prefeito vai querer falar, não sabemos como foi feita esta pesquisa, em que bairro”, argumentou. Até o fechamento da matéria, Galindo não retornou as ligações.
O vereador Lúdio Cabral (PT), acredita que pesquisa reflete o que realmente a população pensa sobre a privatização da Sanecap. “A população percebeu o golpe e está se movimentando para tentar derrubar a lei. A população quer a revogação da lei e está atenta com os acontecimentos”, pontuou.
Lúdio confirmou mais uma vez manobra da Câmara em votar o projeto e disse que tem presenciado nas ruas a insatisfação da população
O vereador Toninho de Souza (PDT), que votou favorável para criar Agência Reguladora e depois se arrependeu da decisão, afirmou que foi muito cobrado pela população e confirmou que resultado da pesquisa da KGM é o que ele tem ouvido nas ruas.
“Eu ouvi a população e refleti, por isso voltei da decisão. Fui fortemente cobrado pelos eleitores. Voltar atrás de decisão não é feio, feio é continuar errando” pontuou.
Toninho disse ainda que houve erro estratégico na votação e a rapidez com que foi votado deixou a população insegura. “Não posso falar em golpe, mas concordo que assunto teria que ser levado para a população”, frisou.
O vereador Domingos Sávio (PMDB), que votou contrário a privatização da Sanecap, disse apoiar a população e entende os manifestos. “A pressão popular tem que continuar. Eu não concordei com votação. O meu voto contrário não muda. A população foi enganada, tem todo o direito de ser contra a lei”, defendeu.
O vereador Roosivelt Coelho (PSDB), se declara contrário a concessão da Sanecap. O parlamentar defendeu que água é um serviço essencial e deve ser garantido pelo município. "Eu sou radicalmente contrário a privatização da Sanecap. Pagamos impostos e não podiam tercerizar os serviços. A privatização da água vai ficar caro para nós, porque o empresário vai querer ter lucro dos serviços", enfatizou.
CATEGORIA
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Saneamento Ambiental (Sintaesa), Ideueno Fernandes de Souza, se diz satisfeito com o resultado da pesquisa e fatos relatados na pesquisa é o que ele já sabia, mas agora vem dado mais convincente.
“Estamos do lado da população e estamos sempre ouvindo as suas queixas. A pesquisa vai ajudar muita a gente, que está mostrando a verdade como a população pensa da lei. E a constatação é que o povo está indignado,” enfatizou.
O presidente da Câmara de Vereadores, Júlio Pinheiro (PTB), que ficou à frente da Prefeitura de Cuiabá por 15 dias, tempo suficiente para colocar o projeto em votação, fazer os vereadores aprovarem e, posteriormente, sancioná-lo, também foi procurado e não retornou as ligações.
OUTRO LADO
Por meio da assessoria, a Companhia de Saneamento da Capital (Sanecap) não quis se pronunciar, afirmou que quem fala sobre a concessão, é só a prefeitura. “A Sanecap não decide nada, é só a prefeitura. Não iremos nos posicionar”, concluiu.
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