“Toca o pau, leva adiante”, declarou o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), na manhã desta quarta-feira (19), diante da volta dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Paletó, que o investiga por suposta quebra de decoro parlamentar e obstrução à Justiça.
“Toca o pau, leva adiante. Eu já disse que na Justiça eu vou provar. Eu não tenho nada a ver com isso, não tenho nada a ver com esse mar de lama que foi essa delação [do ex-governador Silval Barbosa] e que deu toda essa polêmica”, disse à imprensa durante inauguração de obras no bairro Jardim Industriário.
Pinheiro declarou ainda que está à disposição do Ministério Público Estadual e Federal e da Polícia Federal para esclarecer a denúncia que o acusa de receber propina do ex-governador, pelo então chefe de gabinete de Silval, Sílvio Correa. A denúncia consta na delação premiada do ex-governador.
Prefeito comentou ainda que não irá se envolver na investigação que está ocorrendo pela Câmara de Cuiabá. “É uma CPI da Câmara, cabe a Câmara tocar para frente. Eu não me envolverei, não posso e nem quero fazer isso. O Legislativo deve tocar adiante essa investigação e o maior interessado nisso tudo [na investigação] sou eu. Eu quero que tudo se esclareça. Mas, é um assunto interno, não cabe a mim fazer nenhuma interferência”, ressalta.
CPI inicia oitivas
A Comissão definiu um calendário de oitivas. O próximo a ser interrogado é o ex-governador no dia 2 de março. Após Silval, a Comissão ouvirá o servidor público Valdecir Cardoso de Almeida no dia 9, enquanto o ex-secretário de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme), Alan Zanata deverá depor no dia 16.
Retomada da CPI
A retomada da CPI do Paletó atende a uma decisão da desembargadora do Tribunal de Justiça (TJMT), Helena Maria Bezerra Ramos. A desembargadora revogou a própria decisão dada por ela anteriormente, quando o trabalho foi suspenso, em outubro de 2019, a pedido do presidente da Câmara de Cuiabá, Misael Galvão (PTB). Na ocasião, ele foi contra a composição da Comissão, que apura a suposta quebra de decoro e obstrução da Justiça por parte do prefeito.
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