O ex-chefe de gabinete do ex-governador Silval Barbosa, Sílvio Correa, foi ouvido em oitiva na manhã desta quarta-feira (19), na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Paletó, na Câmara dos Vereadores, que investiga o prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro (MDB), diante da investigação que apura uma suposta quebra de decoro. Em depoimento, Sílvio manteve a informação que o atual chefe do Executivo Municipal recebeu propina quando ainda era deputado estadual.
“Vamos dar início a nossa oitiva para buscar esclarecimento sobre a postura do prefeito, enquanto deputado estadual, que é alvo da CPI, por obstrução de justiça e suposto recebimento de propina. Iremos abrir perguntas primeiramente aos membros da Comissão e depois para demais vereadores presentes na oitiva, conforme regimento”, disse o presidente da Comissão, vereador Marcelo Bussiki.
Sílvio voltou a confessar supostos esquemas envolvendo o ex-governador Silval Barbosa (sem partido) e os deputados da Assembleia Legislativa. O ex-chefe de gabinete foi ouvido em fevereiro de 2018 quando os vereadores iniciaram a investigação no Parlamento.
“Quero reiterar a última oitiva, tudo que já falei anteriormente quando fui ouvido aqui na Câmara. Houve um acordo com Silval Barbosa e os deputados para aprovação de contas e projetos do então governador. Eu era muito pressionado por mensagens, ligações e recados que chegavam no gabinete”, disse.
Agenda de oitivas
Além de Bussiki, também fazem parte do grupo os vereadores Toninho de Souza (PSD) e Sargento Joelson (PSC), relator e membro, respectivamente. A Comissão se reuniu na última sexta-feira (14), e definiu um calendário de oitivas na Câmara. O primeiro a depor foi Sílvio. Outros três depoimentos ficaram para o mês de março.
O ex-governador prestará depoimento no próximo dia 2. Após Silval, os vereadores ouvirão o servidor público Valdecir Cardoso de Almeida no dia 9, enquanto o ex-secretário de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme), Alan Zanata deverá depor no dia 16.
Retomada da CPI
A retomada da CPI do Paletó atende a uma decisão da desembargadora do Tribunal de Justiça (TJMT), Helena Maria Bezerra Ramos. A desembargadora revogou a própria decisão dada por ela anteriormente, quando o trabalho foi suspenso, em outubro de 2019, a pedido do presidente da Câmara de Cuiabá, Misael Galvão (PTB). Na ocasião, ele foi contra a composição da Comissão, que apura a suposta quebra de decoro e obstrução da Justiça por parte do prefeito.
Investigados
Antes de ser suspensa pela Justiça no último ano, Silval, Sílvio, Valdecir e Zanatta já foram ouvidos na Câmara. “A gente busca nesse momento, com a retomada do trabalho, ouvir essas pessoas novamente para esclarecer algumas questões, contradições e tirar algumas dúvidas diante das investigações. Vamos buscar esclarecer todas as denúncias”, declarou Bussik.
Na delação premiada, o ex-governador entregou uma série de vídeos de ex-deputados recebendo suposta propina de Sílvio, em seu gabinete. Já Silvio foi o responsável por gravar o prefeito Emanuel Pinheiro. Enquanto o servidor Valdecir Cardoso foi o responsável por instalar a câmera usada para a gravação.
O ex-secretário Allan Zanata, por sua vez, será convocado pois foi o responsável por gravar um áudio junto a Silvio Corrêa, cujo conteúdo supostamente colocaria em risco a delação do ex-governador. O conteúdo do áudio foi apreendido na casa do prefeito.
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