A prefeita Flávia Moretti (PL) voltou a comentar sobre a crise institucional que enfrenta desde o início da gestão com a Câmara Municipal. Em entrevista à TV Vila Real, nesta sexta-feira (26), a gestora acusou diretamente o presidente da Casa, Wanderley Cerqueira (MDB), de coordenar um movimento para cassar seu mandato ou forçar sua saída do cargo. (Assista as declarações ao final).
Segundo Moretti, o motivo seria a sua recusa em entregar o comando de secretarias, em especial da Secretaria Municipal de Saúde, para indicações políticas do parlamentar.
De acordo com a prefeita, o "cabo de guerra" com o Legislativo começou ainda no período de transição. Flávia Moretti afirma que Cerqueira exigia ser o "dono" da pasta da Saúde, indicando nomes de sua confiança para gerir o setor.
"Não aceitei lotear minhas secretarias. O presidente da Câmara queria mandar na prefeitura e, como não entrei no sistema como eles queriam, ele se tornou o articulador para me tirar da cadeira", disparou a prefeita.
Flávia Moretti foi além e sugeriu que Cerqueira lidera um grupo de parlamentares que estaria "procurando pelo em ovo" para inviabilizar sua gestão. Para a prefeita, as críticas constantes e as manobras no Parlamento são uma forma de retaliação pela falta de espaço político para o grupo do MDB, do ex-prefeito Kalil Baracat, no primeiro escalão.
"Ele é o líder e usa todos os meios para isso. Mas ele não joga sozinho, sempre tem um 'time' junto", afirmou Moretti, reforçando a tese de que existe um plano orquestrado para desestabilizá-la.
GUERRA DE NARRATIVAS
Enquanto Wanderley Cerqueira utiliza a tribuna para criticar a falta de resultados e a alta rotatividade no secretariado de Moretti, que já soma 16 trocas, a prefeita sustenta que o verdadeiro problema é a resistência da "velha política" à sua tentativa de mudar o sistema administrativo de Várzea Grande.
Até o momento, o vereador Wanderley Cerqueira não se manifestou oficialmente sobre as declarações da prefeita nesta sexta-feira, e a Câmara Municipal segue em recesso.
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