Defesa da Nortão Material de Construção tenta atribuir a Jonathan Neves da Silva Canto, de 28 anos, parte da culpa pelo acidente que levou à sua morte, em dezembro de 2022, em Várzea Grande. Embora testemunhas relatem que o capacete de Jonathan voou no momento do impacto com o caminhão da companhia, os advogados da loja de materiais de construção tentam emplacar a tese de que ele estava sem o equipamento de segurança e, portanto, contribuiu para a fatalidade, para se livrar do pagamento de R$ 200 mil a título de indenização por danos morais.
Ao HNT, a mãe de Jhonatan, Maire Neves da Silva Canto, pediu justiça pela morte do filho. "Meu filho estava saindo de uma entrevista de emprego, estava retornando para casa, estava com capacete quando o motorista da Nortão invadiu a preferencial e ceifou a vida do meu filho. O que eu quero é justiça porque o que estão dizendo, que ele não estava de capacete, não condiz com a verdade. Estão tentando se isentar da responsabilidade, mas eu quero justiça", afirmou.
O acidente ocorreu na tarde do dia 28 de novembro de 2022, na avenida Filinto Müller, em Várzea Grande. Jhonatan estava na garupa da moto que era conduzida pela tia dele. A mulher sofreu lesões corporais, mas sobreviveu. Jhonatan, por sua vez, morreu de traumatismo crânio encefálico, conforme laudo da Politec.
Investigação da Polícia Civil confirmou a tese de que os dois foram atingidos na preferencial pelo motorista da Nortão Material de Construção, com quem o Ministério Público tenta firmar Acordo de Não Persecução Penal (ANPP).
No decorrer do processo, a família tentou solucionar o conflito consensualmente, contudo, as tentativas foram infrutíferas. No litígio, a Nortão Material de Construção chegou a alegar a ilegitimidade passiva para figurar na ação sob o argumento de que, ainda que seja proprietária do veículo, não poderia assumir responsabilidade pelos atos do motorista.
Alegação foi negada em juízo e sucedida pela tese de que Jhonatan teria contribuído para a própria morte.
ESTRATÉGIA RECORRENTE
Estratégia ganhou repercussão quando a bióloga Rafaela Screnci conseguiu se livrar tanto do processo criminal, quanto do dever de indenizar a família das vítimas do atropelamento em frente à Valley, em 2017.
No caso, a Justiça concluiu que Myllena Lacerda, Hya Girotto e Ramon Viveiros contribuíram para o resultado trágico que culminou na morte de Myllena e Ramon.
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