A defesa do líder comunitário José Carlos da Silva pediu a prisão domiciliar dele ou a concessão de liberdade provisória em inquérito que trata da participação nos atos golpistas de 8 de janeiro. No início do mês, a Procuradoria Geral da República (PGR) formalizou denúncia contra ele pela invasão dos prédios do Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal (STF). Os advogados de José Carlos alegam que ele sofre de um tipo de aumento da próstata, que resulta em alterações no fluxo urinário, tecnicamente, a condição é chamada de hiperplasia prostática benigna.
De acordo com a peça apresentada pelos advogados ao ministro Alexandre de Moraes, da Suprema Corte, a indicação no quadro de José Carlos da Silva é cirúrgica e, devido às complicações da condição, ele tem desenvolvido infecções urinárias recorrentes. Além disso, a condição gera dificuldades de retenção urinária.
Ponderaram ainda que, além da necessidade de cirurgia, o procedimento por si só traz riscos de complicações, em especial ao denunciado que está prestes a completar 60 anos de idade.
"A gravidade da situação exige que esta defesa lembre Vossa Excelência que os tratamentos de saúde, de modo geral e, principalmente, os pós-operatórios dentro do Sistema Prisional são de manejo complexo", argumentaram.
Sob a tese de que a unidade carcerária não teria condições de fornecer atendimento adequado no pós-operatório, pediram o relaxamento da prisão ou a substituição pela prisão domiciliar. José Carlos da Silva está preso preventivamente no Ahmenon Lemos Dantas, em Várzea Grande.
Inicialmente, a Procuradoria Geral da República se manifestou pela submissão do investigado à junta médica oficial para avaliação do seu quadro clínico e da possibilidade de atendimento pelo sistema carcerário. No dia 15 de maio, a diretoria do Ahmenon Lemos Dantas aportou aos autos ofícios prestando informações sobre o quadro clínico.
Agora, o ministro Alexandre de Moraes aguarda nova manifestação da PGR para decidir sobre o pleito.
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