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Justiça Segunda-feira, 29 de Dezembro de 2025, 10:11 - A | A

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RETROSPECTIVA 2025

Maníaco que estuprou e matou mãe e filhas em Sorriso é condenado a 225 anos

Julgamento histórico em Sorriso termina com pena simbólica de 225 anos ao assassino de mãe e três filhas; caso inspirou projeto de lei contra feminicídio

ANDRÉ ALVES
Da Redação

Um dos crimes mais brutais em Mato Grosso nos últimos anos terminou com o criminoso Gilberto Rodrigues dos Anjos, de 34 anos, condenado a 225 anos pelo estupro e assassinato de Cleci Calvi Cardoso, 46, e de suas três filhas, Miliane, 19, Manuela, 12, e Melissa, 10 em 2023. O caso ficou conhecido nacionalmente como a como a “chacina de Sorriso” e inspirou a senadora Margareth Buzetti (PP) a propor uma legislação mais dura contra feminicídio.

O julgamento, que durou cerca de 10 horas, aconteceu na quinta-feira, 7 de agosto de 2025, no Tribunal do Júri de Sorriso (400 km de Cuiabá). As sessões começaram com os depoimentos de testemunhas e da família das vítimas, entre elas Regivaldo Batista Cardoso, marido de Cleci e pai das meninas. Elinara, irmã de Cleci, descreveu a dedicação da irmã e as personalidades únicas de cada sobrinha.

Durante a fase inicial, os investigadores Bruno França Ferreira, Márcio Coutinho Scardua e Willian Krisman Silva Souza reconstituíram a investigação. O assassino, que trabalhava na obra vizinha à residência das vítimas, foi identificado graças a marcas de chinelo na cena do crime, uma denúncia anônima e seu histórico criminal, incluindo um mandado de prisão em aberto por estupro. Na delegacia, confessou os crimes com “tranquilidade assustadora”, segundo os policiais, e levou consigo itens pessoais das vítimas, como uma calcinha limpa escondida em uma sacola, interpretada pela acusação como um “troféu”.

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A perícia confirmou conjunção carnal com três das quatro vítimas e evidenciou uma violência extrema. Cleci e as filhas mais velhas foram esgorjadas. A mais nova não foi estuprada, mas presenciou toda a barbárie com a família e foi morta asfixiada por último. O laudo apontou “intensidade e quantidade de lesões extraordinárias”, e provas mostraram que Gilberto teve tempo de se lavar e esconder vestígios antes de retornar à obra.

À tarde, durante os debates, o promotor Luiz Fernando Rossi Pipino e chamou o réu de “monstro de Sorriso”, afirmando que ele “apagou cada estrelinha daquela casa”. Em determinado momento, ele exibiu vídeos das meninas com a mãe e pediu aos jurados que julgassem “com os olhos da alma”.

O advogado assistente de acusação, Conrado Pavelski Neto, reforçou a materialidade dos crimes e exibiu trecho da confissão em vídeo feita por Gilberto na delegacia, em que ele relata que as vítimas “se contorciam”, indicando que estavam vivas durante os estupros.

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A defesa, representada pelos defensores públicos Ewerton Júnior Martins Nóbrega e Claudiney Serrou, reconheceu a gravidade dos fatos e afirmou, por “decência”, não solicitar penas mínimas. Contudo, levantou dúvidas sobre os laudos periciais relativos aos crimes sexuais, sugerindo que os estupros poderiam ter ocorrido após a morte das vítimas, configurando, assim, vilipêndio de cadáver, e não estupro. Na réplica, a acusação sustentou que a confissão do réu e as circunstâncias do crime comprovam que as vítimas estavam vivas.

Gilberto escolheu não depor e também não acompanhou a fase final do júri. O Conselho de Sentença reconheceu todas as qualificadoras apresentadas, incluindo feminicídio não íntimo com múltiplas circunstâncias agravantes, estupro de vulnerável, com duas vítimas com menos de 14 anos, uso de recurso que impossibilitou a defesa das vítimas.

LEIA MAIS: Vídeo: Maníaco é condenado a 225 anos por estupro e feminicídio de mãe e três filhas

RELEMBRE O CRIME

Cleci Calvi Cardoso, de 46 anos, e as filhas dela, Miliane, Manuela e Melissa Calvi Cardoso, respectivamente com 19, 13 e 10 anos de idade, foram encontradas mortas em novembro de 2023. Elas foram vítimas de Gilberto Rodrigues dos Anjos, um pedreiro que trabalhava numa construção ao lado da casa onde a família morava.

Depois de invadir a casa dos Calvi Cardoso, Gilberto esgorjou e estuprou a mãe e as duas filhas mais novas enquanto agonizavam. A mais nova foi morta asfixiada depois presenciar toda a cena. Depois de cometer a barbárie, o assassino voltou para a obra onde estava trabalhando e ainda levou consigo roupas íntimas das vítimas como um "souvenir" do crime.

Ele foi preso dois dias depois, em 27 de novembro, quando os corpos de Cleci e das filhas foram descobertos. 

Em março, Gilberto foi condenado a 22 anos e sete meses por estupro, tentativa de feminicídio e lesão corporal qualificada pela violência de gênero contra D.C.C. Os crimes aconteceram em Lucas do Rio Verde (332 km da capital) dois meses antes da chacina de Sorriso.

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