Após sete meses de instabilidade, intervenção judicial e uma série de adiamentos, o futebol mato-grossense tem uma data para virar a página: 2 de dezembro de 2025. Neste dia, a Federação Mato-Grossense de Futebol (FMF) realizará, finalmente, a eleição que definirá seu comando para os próximos quatro anos, a decisão foi publicada nesta segunda-feira (17).
Depois de uma prolongada turbulência política e judicial, a Federação Mato-Grossense de Futebol (FMF) oficializou uma nova data para a eleição de sua diretoria. O pleito está marcado para 2 de dezembro de 2025, em assembleia geral presencial na sede da entidade, em Cuiabá. Serão escolhidos o presidente, quatro vice-presidentes e os membros do Conselho Fiscal para o quadriênio 2025-2029.
A definição do calendário eleitoral é a última etapa de um conturbado processo que incluiu múltiplas suspensões pela Justiça comum. Essas decisões judiciais barraram a tentativa de reeleição do então presidente Aron Dresch, no cargo desde 2017. A candidatura para um terceiro mandato consecutivo foi considerada inválida com base no estatuto da própria FMF, que permite apenas uma reeleição. O impasse levou à nomeação de um interventor e à elaboração de um novo regulamento eleitoral.
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REGRAS DO NOVO PLEITO
O processo será conduzido sob um rígido regulamento aprovado por uma Comissão Eleitoral independente, instituída pelo Centro Brasileiro de Mediação e Arbitragem (CBMA). As principais etapas são:
- Convocação: O edital oficial será publicado em jornal de grande circulação nos dias 17, 18 e 19 de novembro.
- Registro de Chapas: As candidaturas poderão ser protocoladas até 22 de novembro, exigindo o apoio formal de, no mínimo, cinco entidades filiadas.
- Impugnações: O prazo para impugnações se encerra em 24 de novembro, com direito a resposta até 27 do mesmo mês. A decisão final sobre as candidaturas está prevista para 28 de novembro.
- Recurso: As decisões da comissão poderão ser contestadas via recurso ao CBMA até 29 de novembro, garantindo uma instância arbitral antes da votação.
- Votação: O voto será secreto, por cédula, e restrito a clubes e ligas em dia com suas obrigações estatutárias. Em caso de empate, a chapa vencedora será aquela cujo candidato à presidência for o mais idoso.
O CBMA, que já atuou em decisões de emergência durante a crise, reforçou sua competência para arbitrar todo o processo. Em decisão proferida em agosto, o árbitro de emergência Octávio Fragata Martins de Barros destacou a necessidade de o pleito ser conduzido com lisura e respeito ao contraditório, validando a atuação da Comissão Eleitoral.
Para assegurar a fluência do processo, o presidente interino da FMF, Luciano Dahmer Hocsman, publicou uma portaria em 17 de novembro instituindo expediente extraordinário na sede da federação. Nos dias 22 e 29 de novembro, o horário de atendimento será das 13h às 18h, exclusivamente para assuntos relacionados à eleição, incluindo o protocolo de documentos.
A eleição deve consolidar a disputa entre dois polos de força do futebol estadual:
- Chapa "Progresso no Futebol", associada ao Cuiabá e ao ex-presidente Aron Dresch.
- Chapa "Federação Para Todos", liderada por Dorileo Leal, proprietário do Mixto e do Grupo Gazeta de Comunicação.
Ambas as chapas haviam sido homologadas no processo anterior, em abril, que foi suspenso devido a denúncias de irregularidades, exclusão de votos e questionamentos sobre a elegibilidade de Dresch.
PONTO FINAL E NOVO CICLO
A eleição de dezembro é crucial para encerrar um ciclo de instabilidade que paralisou a entidade máxima do futebol mato-grossense. Além de definir a presidência até 2029, o pleito servirá como um teste de credibilidade para o modelo de arbitragem esportiva, que afastou a Justiça comum e transferiu a condução integral do processo para o CBMA. Com o Ministério Público atuando como custos legis (fiscal da lei), a expectativa é de que a votação ocorra com transparência e ampla participação democrática, restaurando a normalidade institucional da FMF.
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RESUMO DA ELEIÇÃO DA FMF ATÉ AQUI
A eleição para a presidência da Federação Mato-Grossense de Futebol (FMF) transformou-se em um longo e conturbado processo, marcado por disputas judiciais, denúncias de irregularidades e intervenções. Inicialmente marcada para 3 de maio de 2025, a votação foi sucessivamente suspensa pela Justiça comum, que apontou graves irregularidades, como a exclusão indevida do voto da Associação Camponovense, suspeitas de fraude documental e, principalmente, a ilegalidade da candidatura do então presidente Aron Dresch a um terceiro mandato consecutivo – o que contrariava o estatuto da FMF, que permite apenas uma reeleição.
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A disputa polarizou-se entre duas chapas: a “Progresso no Futebol”, de Aron Dresch (Cuiabá), e a “Federação Para Todos”, de Dorileo Leal (Mixto/Grupo Gazeta). Com o mandato de Dresch se encerrando em 26 de maio e sem eleição realizada, o Judiciário nomeou um interventor, Thiago Dayan. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF), por sua vez, contestou a decisão e indicou seu próprio interventor, Luciano Dahmer Hoesman, que foi posteriormente aceito pela Justiça para evitar um vácuo de poder e riscos de sanções internacionais.
Sob intervenção, o processo eleitoral foi reiniciado e delegado ao Centro Brasileiro de Mediação e Arbitragem (CBMA), afastando a Justiça comum. No entanto, mesmo essa tentativa sofreu novos entraves, incluindo uma liminar impetrada pela chapa de Aron Dresch contra a republicação do edital eleitoral. Após sete meses de instabilidade, a data de 2 de dezembro de 2025 foi finalmente definida como o momento para encerrar esse ciclo e eleger o novo comando da FMF.
CONFIRA O REGULAMENTO DA NOVA ELEIÇÃO AQUI.
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