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Artigos Domingo, 23 de Outubro de 2011, 13:40 - A | A

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Domingo, 23 de Outubro de 2011, 13h:40 - A | A

Medo

Quando tenho que encarar a multidão, confesso que sou um escravo da gutembergomania, uma dependência patológica da palavra que é impressa. Seria muito mais fácil, para mim, se eu apenas pudesse escrever aquilo que as pessoas teriam que ouvir ......

GUSTAVO DE OLIVEIRA

Marcos Bergamasco/Agencia Phocus

Medo! O que é ter medo? Há inclusive um monte de nomes para as inúmeras variações dele. Existem as conhecidas claustrofobia (medo de lugares fechados), acrofobia (medo de altura), agorafobia (medo de espaços abertos), dilmofobia (medo do que ela vai nos aprontar agora) e as menos conhecidas iatrofobia (medo de médicos), ailurofobia (medo de gatos) e até a treiskaikafobia (medo do número 13), mas o pânico de estar, por exemplo, em um palco diante de umas cinquenta pessoas, com um microfone na mão e ter que falar, que nome tem? É uma das minhas neuroses.

Tive que enfrentar este medo na última segunda-feira. Atendendo a um pedido de amigos, fui participar de uma palestra no Tribunal de Contas. Para piorar a minha situação, ia dividir o palco com duas colegas, que na última hora não apareceram. Sobrou pra mim, ter que enfrentar o respeitável público e meu inexplicável – para mim – medo.

Meu pai era um jornalista que começou no rádio e, pelo que me dizem – já que mal o conheci, pois tinha pouco mais de um ano quando ele morreu -, era um grande comunicador. Adorava plateias e sabia como conduzi-las em seus programas de auditório, que animaram Cuiabá ao longo das décadas de 1950 e 1960. Infelizmente, ele não conseguiu transferir este gene para o meu DNA.

A fobia de enfrentar plateias e falar em público foi herdada da minha mãe. Como ela, prefiro encarar 100 laudas de papel – coisa que nem mais existe nos jornais de hoje – a empunhar um microfone para ter que emitir algum som.

Por mais que eu domine o assunto, quando estou diante desta situação simplesmente me dá um branco. As palavras mais fáceis me fogem da mente. É um desastre!

Quando tenho que encarar a multidão, confesso que sou um escravo da gutembergomania, uma dependência patológica da palavra que é impressa. Seria muito mais fácil, para mim, se eu apenas pudesse escrever aquilo que as pessoas teriam que ouvir. Infelizmente não é assim e, para piorar a situação, cada vez as pessoas leem menos. Outra alternativa, que encararia sem nenhum problema, é se a palestra fosse feita em pequenos grupos, com no máximo umas cinco pessoas. De cara, dois problemas seriam resolvidos: não teria que subir a um palco e não precisaria ter que empunhar um microfone. Mas, também não foi assim.

Para finalizar, tive que encarar a soma de todos os meus medos e falar sobre o que é um jornal impresso, com o objetivo de facilitar a relação entre imprensa e Tribunal de Contas. O engraçado nessa estória toda é que o problema maior nessa relação é o medo. O medo que tenho de falar em público eles também têm. No caso deles – conselheiros e funcionários do TCE – é fácil de resolver o medo de lidar com a imprensa: basta conhecerem os jornalistas e os veículos de comunicação. Nós, jornalistas, não somos nenhum ser de outro planeta. Como em toda profissão, tem gente boa; e outras, nem tanto. Como qualquer ser humano, temos virtudes e um monte de defeitos. Inclusive alguns, como eu, medo de falar em público!

(*) GUSTAVO DE OLIVEIRA é diretor de Redação do jornal Diário de Cuiabá. E-mail: [email protected]

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

 

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Marcos Bergamasco/Agencia Phocus

Marcos Bergamasco/Agencia Phocus

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