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Artigos Sexta-feira, 24 de Outubro de 2014, 07:45 - A | A

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Sexta-feira, 24 de Outubro de 2014, 07h:45 - A | A

A política, os grandes derrotados e as feridas que não se curam

Ao final desta campanha será difícil avaliar que ganhou, mas com certeza muito fácil apontar quem perdeu

AFRANIO MOTTA FILHO


Divulgação

No domingo, dia 26 de outubro, o povo brasileiro volta às urnas para definir quem será o próximo presidente da república. Dilma Rousseff ou Aécio Neves, PT ou PSDB, reeleição ou renovação? Essas são perguntas até agora sem respostas, e que somente o resultado das urnas poderá responder. Uma questão de tamanha relevância para o país, saber quem será seu gestor maior nos próximos quatro anos, acaba perdendo importância diante do “espetáculo” de insignificâncias que se tornou esta campanha político eleitoral, com o cidadão-eleitor sendo tratado com um débil mental, incapaz de lamber um sorvete sem sujar a própria testa.

Ao final desta campanha será difícil avaliar que ganhou, mas com certeza muito fácil apontar quem perdeu. O primeiro grande derrotado neste pleito foi o jornalismo brasileiro, que desceu às profundezas dos seres facebookanos, e se equiparou aos mais medíocres blogueiros de fofoca, ignorando seu compromisso com a notícia e a verdade, desprezando sua capacidade investigativa e assassinando a fonte da matéria, seu maior trunfo na comprovação da veracidade dos fatos. A atuação da imprensa, com raras exceções, nesta campanha eleitoral, coloca sob suspeita o status adquirido de Quarto Poder.

Legitimado pelo povo ao longo da história como sua representante no debate político, com capacidade de retratar criticamente a realidade nacional, a imprensa se colocou nesta campanha como um poder paralelo aos demais, representando uma ameaça a Constituição Brasileira. Investigar, apurar e divulgar livremente depois de formar convicção sobre os fatos foram etapas ignoradas pelos profissionais da imprensa. É o poder de transformar informações em notícias. E, nestas épocas de internet, muitos informam, mas poucos noticiam.


A maciça utilização das redes sociais na campanha político-eleitoral de 2014 consolidou a mudança, tanto no processo de recepção da mensagem, como no comportamento do antes leitor passivo e agora do internauta interativo. Por trás de cada computador, tablet, notebook ou smartphone, surgiu um especialista em generalidades, capaz de discutir qualquer assunto, inclusive política, com a propriedade de quem tem grande conhecimento e experiência na área. As redes sociais estão espalhando o fanatismo político e incentivando a intolerância, incitando o medo e o ódio, dividindo famílias e destruindo amizades. O respeito ao direito democrático da livre expressão está sendo cassado por pessoas do nosso convívio mais íntimo, amigos e parentes.

Usuários das redes sociais estão tornando públicas sua ira e descontrole emocional. Textos ameaçadores, impregnados de rancor, na maioria das vezes compartilhados por pessoas que nem sabem exatamente o significado do que estão repassando, criam um ambiente de histeria coletiva e estabelecem um território paralelo de poder. O direito de opinião das pessoas está sendo desrespeitado publicamente por quem elas mais querem bem. Se alguém declara seu apoio a determinado candidato acreditando que a alternância de poder é saudável para a democracia, e outro defende a reeleição como forma de manutenção das políticas públicas em que acredita. Estamos diante de posições antagônicas, mas que merecem e precisam ser respeitadas.


A liberdade de manifestação dos princípios ideológicos alimenta e valoriza o cidadão e consolida a democracia. Normal então, deveria ser Zico, o ex craque do Flamengo e da Seleção Brasileira, ou Chico Buarque, cantor e compositor, ídolo de milhões de brasileiros, declarar em público seus apoios, cada um ao seu candidato à presidência da república, sem que fossem vítimas de campanhas difamatórias ou ameaças.


Na noite de 26 de outubro de 2014, quando o TSE considerar concluído o processo de contagem dos votos, terá início uma jornada ainda mais árdua e imprevisível do que a própria escolha do chefe de Estado que governará o Brasil pelos próximos 4 anos: a tarefa de juntar os cacos e curar as feridas de uma campanha marcada por acusações de todas as naturezas. Políticas; profissionais; familiares; pessoais; partidárias ou simplesmente de natureza leviana ou caluniosa, muitas comprovadas e outras tantas produzidas com objetivo meramente político, mas que isso eleitoreiro.


Vamos ter que aprender a conviver com palavras que não são novas, mas que foram inseridas em nosso vocabulário de forma ressignificada. Uma delas é “desconstrução”, utilizada como forma de acusar o adversário de trocar o debate de ideias por acusações pessoais.


Nesse sentido, a candidata Marina Silva já lançou um sinônimo para esse termo: demolição. Foi o que ela fez com sua carreira política. Candidata a vice na chapa de Eduardo Campos, morto em acidente aéreo, Marina se comportou no velório do companheiro como uma adolescente prestes a ganhar uma viagem para Disney. Elevada à condição de candidata, deixou sua personalidade controvertida e contraditória vir à tona, dando um nó na cabeça do eleitor, até então abatido e comovido com a morte de seu parceiro, e disposto a votar nela. Uma semana antes do primeiro turno da eleição, Marina Silva afirmou em um debate: “Vossa Excelência, Senador Aécio, representa o pior da velha política. Seu partido não fez bem ao Brasil e não será com vossa excelência que o fará”. Quatro dias após o primeiro turno da eleição, o discurso era esse: “É com este sentimento que, tendo em vista os compromissos assumidos por Aécio Neves, declaro meu voto e meu apoio neste segundo turno”.


Que a eleição passe e que o clima de discórdia e ressentimento que vivemos hoje possa ser superado. Estamos todos vivendo no limite extremo da intolerância, que causaram grandes estragos nos relacionamentos. No futuro próximo resta o desafio de se buscar um entendimento, e que tudo que passamos possa servir de aprendizado e aprimoramento democrático.


*AFRANIO MOTTA FILHO é formado em Comunicação Social, habilitado em Publicidade e Propaganda pelo Centro Universitário de Belo Horizonte, mestre em Ciências da Comunicação pela ECA-USP e professor do Curso de Comunicação Social da UFMT. (Celular 8135-9892/ E-mail [email protected])


Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

 

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Carlos Nunes 24/10/2014

Agora a tarde a Band informou que...a pesquisa do instituto Sensus, com uma amostragem maior, mostra a vitória do Aécio Neves - ora, não acredito em nenhuma pesquisa, o que vale mesmo é o voto digitado na urna. É como o walter Rabello dizia em sua campanha eleitoral: o já ganhou é irmão do já perdeu. Na campanha do Aécio gostei da participação do ator Lima Duarte e do Romário; o nosso Sassa Mutema (Lima Duarte) disse que já está com 85 anos e agora É AÉCIO; já o Romário, que teve mais de 4 MILHÕES DE VOTOS para senador no Rio de Janeiro, disse também que É AÉCIO. Bem, nesta eleição Quem acredita na campanha marketeira do governo que diz...que tudo está uma maravilha, vota na Dilma; mas que quer mudança, que está achando que tudo está difícil prá burro, a Saúde, a Segurança, a Educação está deixando a desejar...vota no Aécio.Tem que haver alternância no Poder, o bom da Democracia é que o Aécio deve mostrar Serviço e se não corresponder às expectativas, ou não der conta do recado, deverá ser sumariamente DEMITIDO em 2018 - para não ser DEMITIDO deve mostrar muito Serviço.

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Carlos Nunes 24/10/2014

Ih! Ontem os canais de TV mostraram as pesquisas eleitorais e praticamente disseram que: a Dilma já ganhou a eleição. Entrevistaram 3 MIL PESSOAS, e concluiram que: O que as 3 MIL PESSOAS acham...os 143 MILHÕES DE ELEITORES, vão achar igualzinho. Acho que nem vou votar, pois as 3 MIL já decidiram por todos os MILHÕES DE ELEITORES. Pois é, acredito tanto em pesquisa eleitoral, como acredito em propaganda marketeira do governo, que sempre diz que "tudo está uma beleza, uma maravilha". Só acreditaria se a Saúde não estivesse um SALVE-SE SE PUDER; e a Segurança um SALVE-SE QUEM PUDER. E vai piorar ainda muito mais...pois em cada cidade, em cada bairro, tem uma porção de boca de fumo; e o número cada vez aumenta mais - agora um está matando o outro por causa do ponto da droga. Pois é, a porta do inferno está escancarada faz tempo. Hoje a população pode até ter melhorado economicamente, mas tornou-se um alvo dos bandidos, fácil, fácil. E vai piorar ainda mais - é como o Datena diz: os cidadãos de bem, estão reféns em suas casas, e os bandidos audaciosos...agora estão entrando nas casas, porque sabem que todos estão desarmados.

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2 comentários

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