O senador Pedro Taques (PDT) endossa o trabalho da Auditoria Geral do Estado (AGE) que apontou diferenças nos cálculos das cartas de crédito emitidas em favor dos Agentes de Administração Fazendária (AAF’s), que podem chegar a R$ 493 milhões de prejuízo ao Erário.
Em entrevista exclusiva a HiperNoticias nesta terça (27), o senador afirmou que “acredito nos valores apurados pela Auditoria e acho que essa não é uma questão política e sim um caso de Ministério Público e de Polícia”.
O pedetista acrescentou que “mais uma vez o foro por prerrogativa de função atrapalha as investigações, impedindo que o Ministério Público e a polícia cumpram sua função”.
O chamado foro privilegiado está beneficiando num primeiro momento, no caso das cartas de crédito, o deputado estadual Gilmar Fabris, uma das peças-alvo das investigações não só do MP como também da Delegacia Fazendária. Ele é suspeito de ter operacionalizado as cartas de crédito.
Sobre o acordo feito em 2008 entre Estado e servidores, com o aval da Procuradoria Geral do Estado (PGE) e Secretaria de Fazenda (Sefaz), que, ao contrário da AGE, apontaram economia de R$ 800 milhões, Taques responsabilizou o chefe do Executivo por ter permitido as duas versões.
“O que está me parecendo é que dentro do Estado falta controle, pois é o governador que nomeia o procurador-geral e o auditor-geral”, observou Taques, sugerindo que o próprio governador deveria ter essas informações uniformizadas.
O procurador-geral Jenz Prochnow Júnior e o auditor-geral José Alves Pereira foram nomeados pelo atual governador Silval Barbosa.
BLAIRO MAGGI
Independente de quem esteja na mira das investigações, todos devem prestar esclarecimentos à polícia e ao MP. Assim sendo, nessa opinião do senador Pedro Taques, o ex-governador Blairo Maggi (hoje também senador, pelo PR) tem que dar esclarecimentos sobre o caso, uma vez que em 2009, época da emissão das cartas de crédito em questão, Maggi era o governador.
“Eu entendo que não importa quem seja, se e governador, senador, presidente da República ou papa, seja lá quem for, se merece dar esclarecimentos, tem que esclarecer”, enfatizou o parlamentar.
Paralelo ao virtual prejuízo de R$ 493 milhões, Taques cita o caos vivido pela população em setores essenciais da administração pública.
“É muito dinheiro e enquanto isso na Saúde e na Segurança está faltando dinheiro para investimento”, completou.
José Pedro Taques, que em seu site oficial (www.pedrotaques.com.br) compartilha texto da jornalista Paula Filizola classificando-o como “O Justiceiro da República”, exerceu por 15 anos a carreira de Procurador da República, a maior parte desse tempo em Mato Grosso, quando em 2010 decidiu abandoná-la para seguir a carreira política.
Como senador, já propôs nesse primeiro ano de trabalho no Congresso Nacional, Projeto de Lei n° 204/2011, que objetiva transformar a “corrupção” em crime hediondo, já que, segundo o senador “a impunidade é a grande vilã da sociedade”.
Recente estudo da revista Veja apontou que Taques é um dos cinco melhores senadores do Brasil.
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