As eleições de 2022 marcaram a estreia da primeira-dama de Cuiabá, Marcia Pinheiro (PV), nas disputas eleitorais. O nome já era ventilado desde abril, quando se filiou ao Partido Verde, do vice-prefeito da Capital, José Roberto Stopa. À época, contudo, nem ela nem o PV ou o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) esperavam que seu nome fosse lançado ao governo. Anunciada às pressas, a candidatura de Marcia ficou marcada como o 'plano F' do seu grupo político.
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Desde o fim de 2021, o prefeito Emanuel Pinheiro ventilava o próprio nome para enfrentar seu rival político, o governador Mauro Mendes (UB), nas urnas. Emanuel manteve o tom até abril, quando recuou, segundo ele, "por amor a Cuiabá". O prefeito, por outro lado, já adiantava que não desistiria de encontrar um oponente para o governador reeleito.
A primeira tentativa foi com o vice-prefeito da Capital, José Roberto Stopa, que chegou a "embarcar" na empreitada e fazer promessas em tom de campanha. O nome, contudo, encontrou resistência na recém-formada Federação Brasil da Esperança que, além do PV, abrigava partidos mais à esquerda, o PT e o PCdoB.
Mesmo depois de embates diretos com membros da cúpula do PT, como o deputado estadual Lúdio Cabral, Stopa garantiu que a desistência do projeto de candidatura não estava relacionada às dificuldades com o partido. O vice-prefeito "desembarcou" do barco de Emanuel no fim de maio.
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Enquanto isso, na campanha ao Senado, o então candidato Neri Geller (PP) se aproximava, junto do senador Carlos Fávaro (PSD), de uma construção com a esquerda depois que Neri se viu encurralado pelo principal adversário, o senador Wellington Fagundes (PL), que conseguiu garantir o apoio do governador Mauro Mendes em uma construção com o presidente Jair Bolsonaro, à época recém-filiado no PL.
Entre os meses de junho e julho, sob esse contexto, o nome de Marcia começou a ser cotado para a suplência de Neri, garantindo musculatura para a chapa na Baixada Cuiabana. Parlalemente, Emanuel investia no seu 'plano C' ao governo.
Depois de recuar da própria candidatura e 'perder' Stopa, o prefeito tentou emplacar o ex-prefeito de Rondonópolis, Percival Muniz (MDB), como candidato ao governo em uma construção que poderia ser favorável tanto para Emanuel, convicto na proposta do embate com Mauro Mendes, quanto para Neri Geller, que conseguiria garantir a proximidade do MDB com a sua campanha.
Além disso, o PCdoB, que faz parte da Federação Brasil da Esperança, defendia o nome da ex-reitora da UFMT, Maria Lúcia Nader, para a disputa ao Paiaguás. O senador Carlos Fávaro também aparecia como cotado sob forte apoio de todas as lideranças do grupo político. Tanto Muniz quanto a ex-reitora e Fávaro acabaram descartando a hipótese de se tornarem candidatos.
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O nome de Marcia, portanto, só foi aparecer pela primeira vez como possível candidata ao governo no dia 26 de julho, quando todas as outras possibilidades haviam sido descartadas, uma vez que, ainda que oficializada apenas no dia 27 de julho, a desistência de Maria Lúcia Nader já tinha se tornado pública.
Havia ainda, porém, um empecilho para a concretização da candidatura: a chapa de Neri Geller, que ficou insatisfeito com a possibilidade de perder o 'peso político' da primeira-dama na suplência de seu projeto ao Senado. Com o impasse, a Federação e aliados voltaram a insistir no nome de Fávaro, considerado o mais forte e aceito, mas, nem mesmo um convide direto do então candidato à presidência Lula, do PT, foi suficiente para convencer o senador.
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Marcia Pinheiro confirmou a candidatura no dia 4 de agosto, às vésperas do fim do prazo das convenções partidárias. A partir daí, fez uma campanha focada em ataques ao governador reeleito e em propostas voltadas a área social, capitalizando os 'cases de sucesso' do marido na gestão da Prefeitura de Cuiabá.
A estreiante terminou em segundo lugar na disputa, muito atrás do primeiro colocado. Mauro Mendes foi eleito para o segundo mandato com 68,4% dos votos válidos (1.114.549 votos) contra 16,41% de Márcia (267.172 votos).
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