Elia Miyagawa não conteve o sorriso ao deixar a Câmara Municipal de Cuiabá, depois de receber a notícia da cassação do vereador Marcos Paccola (Republicanos). Ele foi acusado de quebra de decoro parlamentar por matar o agente socioeducativo Alexandre Miyagawa, filho de Elia. Nesta quarta-feira (5), 13 vereadores votaram favoráveis à perda de mandato.
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"Eu não acreditava nessa justiça, mas, agora, com todos os meus amigos perto, todos os amigos do meu filho, eu estou muito feliz", declarou Elia, ao deixar a Câmara.
A expectativa agora, segundo ela, é a de ver a cena repetida na Justiça comum, onde Paccola é réu por homicídio qualificado. "Espero que seja preso por 20, 30, 40 anos e ainda é pouco por ter matado meu filho assim. Inocente, pelas costas, isso não existe", disparou.
Ao lado dela, amigos de Alexandre, que era conhecido como 'Japão', relembraram a falta que o agente faz. "Ele faz uma falta sem tamanho. Era um cara diferenciado", relatou um dos amigos. "A gente não estaria lutando aqui se ele não merecesse essa luta", emendou Jaqueline Sousa, que também era amiga de Alexandre.
Durante duas horas, o vereador, agora cassado, Marcos Paccola fez sua defesa no Plenário. Ele tentou atribuir a culpa pelo episóido à namorada de Miyagawa, Janaína Sá, que no dia do fato pediu para que Japão atirasse em populares no meio de uma confusão. Paccola alega que reagiu à situação de iminente ameaça e, por isso, atuou em legítima defesa. Ele também criticou o fato de o agente socioeducativo estar embrigado em posse de sua arma.
Os argumentos, contudo, não foram suficientes para convencer a maioria dos vereadores. Paccola chegou a ficar revoltado com o posicionamento de alguns colegas que foram favoráveis à sua cassação como Sargento Vidal (MDB), Rodrigo Arruda e Sá (Cidadania) e Lilo Pinheiro (PDT). Ele também ameaçou expor o presidente da Casa, Juca do Guaraná, por, supostamente, fazer parte de uma organização criminosa.
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