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Justiça Sexta-feira, 08 de Agosto de 2025, 09:12 - A | A

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Sexta-feira, 08 de Agosto de 2025, 09h:12 - A | A

MARIA DA PENHA

Lei completa 19 anos com mais de 10 mil medidas protetivas concedidas em MT em 2025

Maioria dos feminicídios em 2024 ocorreu sem solicitação de proteção

DA REDAÇÃO

No ano em que a Lei Maria da Penha (11.340/2006) completa 19 anos, o estado de Mato Grosso já contabiliza 10.528 medidas protetivas de urgência concedidas a mulheres em situação de violência doméstica e familiar. Os dados são do Observatório Caliandra, mantido pelo Ministério Público em parceria com a Polícia Civil.

Apesar do alto número de medidas em vigor, quatro mulheres foram vítimas de feminicídio em 2025, o que representa apenas 0,038% das protegidas. Em três desses casos, as vítimas permitiram a reaproximação dos autores, que eram ex-companheiros.

As medidas protetivas são consideradas um dos pilares da Lei Maria da Penha e, segundo especialistas, têm salvado vidas e impedido a escalada da violência. “Em quase duas décadas, os mecanismos da Lei Maria da Penha foram aprimorados para abranger situações não previstas inicialmente. A lei transformou profundamente a forma como enfrentamos a violência contra a mulher”, afirma a promotora de Justiça Claire Vogel Dutra, coordenadora do Núcleo de Enfrentamento da Violência Doméstica.

A promotora ressalta que as medidas são ferramentas poderosas quando corretamente aplicadas e respeitadas. “É fundamental que a sociedade, as instituições e as próprias mulheres estejam unidas para garantir que essas medidas sejam cumpridas e para fortalecer cada vez mais a rede de proteção”, pontua.

A delegada Judá Maali Marcondes Pinheiro, titular da Delegacia da Mulher de Cuiabá, também enfatiza a eficácia da ferramenta. “É fundamental que as mulheres sejam informadas sobre a efetividade dessas medidas. No Estado de Mato Grosso, mais de 80% das medidas protetivas são respeitadas pelos agressores. Um dado alarmante revela que, em 90% dos casos de feminicídio registrados em 2024, a vítima não havia solicitado medida protetiva contra seu agressor”, relata.

Segundo a delegada, o silêncio diante da violência pode ser fatal. “Enquanto a solicitação das medidas oferece proteção real e pode salvar vidas”, afirma.

A procuradora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela também destaca o papel dos mecanismos criados pela lei. “A Lei Maria da Penha continua sendo um marco de resistência e transformação social, mas sua efetividade depende do nosso compromisso diário para torná-la real para cada mulher que busca proteção”, declarou.

ATUALIZAÇÕES E AVANÇOS

Desde sua promulgação, a legislação tem sido aprimorada. Em 2019, por exemplo, foram incluídas medidas como a apreensão imediata de armas de fogo em posse do agressor e a suspensão do porte de armas. Também passou a ser obrigatória a informação às vítimas sobre serviços de assistência judiciária.

A Lei 14.550/2023 garantiu que as medidas protetivas permaneçam válidas enquanto persistir o risco à integridade da vítima e de seus dependentes. Além disso, passou a permitir a concessão das medidas mesmo sem boletim de ocorrência ou ação judicial em andamento.

Mais recentemente, a Lei 15.125/2025 introduziu a possibilidade de monitoramento eletrônico do agressor, com uso de tornozeleira e dispositivo do “botão do pânico”, que alerta a vítima em caso de aproximação indevida, aumentando as chances de intervenção rápida pelas autoridades.

Os dados e os avanços mostram que a aplicação correta das medidas protetivas pode ser decisiva para interromper o ciclo da violência e evitar mortes. A orientação dos especialistas é clara: informar, denunciar e proteger são passos essenciais na luta contra o feminicídio.

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