"Assim, não há, ao menos neste expediente, qualquer imagem, vídeo ou informação que possa justificar a decretação do segredo de justiça como requer o d. Advogado e o afastamento da publicidade garantida constitucionalmente", afirmou a magistrada na decisão.
O advogado do motorista, Marcos Leal, disse ao Estadão que não vai recorrer. "Eu pedi o sigilo porque estava tendo banalização dos vídeos da audiência de custódia e isso gerou efeitos nefastos até para mim. Estou entrando com quatro queixas-crime por ameaça, injúria e difamação. O pedido não era com a finalidade de esconder qualquer coisa", afirmou.
Segundo ele, a preocupação da defesa no momento é "zelar pela integridade física" de Douglas e para que "ele tenha um julgamento justo". Leal disse que esteve com o cliente no sábado, 6, e que ele não havia recebido atendimento médico desde o dia da prisão, no domingo, 30 de novembro. O Estadão entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública (SSP) sobre o atendimento médico ao preso e aguarda retorno.
"Minha preocupação é com saúde e integridade física dele. Não tinha tido nenhum atendimento médico até o sábado. Está todo machucado, com ferimento a bala no braço, sem qualquer curativo e condições de higiene", afirmou. "Ele é réu confesso do ato e diz que não conhecia a mulher. Foi um crime horrível, ninguém coaduna com isso, mas tem que dar o mínimo de assistência, está há dez dias sem curativo, com faixa dada por outro preso", contou o advogado.
Ainda segundo o defensor, a polícia alegou que o tiro foi disparado no braço de Douglas após ele reagir à prisão. O advogado, porém, diz que o cliente nega que tenha reagido.
Leal diz ainda que Douglas relatou em audiência de custódia ter sido torturado por agentes e afirmou que teria permanecido com feridas abertas pelo corpo, sem receber atendimento médico adequado. Questionada anteriormente sobre as supostas agressões, a SSP informou que a abordagem "cumpriu todos os requisitos necessários e foi realizada dentro dos parâmetros de legalidade". A Justiça manteve a prisão após audiência de custódia e Douglas está preso no 26º Distrito Policial do Sacomã, na zona sul da capital paulista.
Na decisão em que negou o pedido de sigilo, a juíza determinou, com urgência, que o responsável pelo local da prisão prestasse informações atualizadas sobre o estado de saúde do homem e sobre os atendimento médicos realizados.
Atropelamento
Testemunhas relataram que o crime aconteceu após uma discussão motivada por ciúmes, no sábado, 29 de novembro. De acordo com os advogados que representam a família de Tainara, Wilson Zaska e Fabio Costa, a jovem estava em um bar na Avenida Tenente Amaro Felicíssimo da Silveira, na região da Vila Maria, quando o suspeito iniciou uma briga com um homem que a acompanhava.
Imagens de câmeras de segurança mostram Tainara e Douglas discutindo na rua, já fora do bar. Momentos depois, o suspeito entra em um carro preto, acelera e atropela a mulher, que fica presa sob o veículo. Em seguida, já na Marginal Tietê, ele segue dirigindo enquanto a vítima é arrastada pela via. Um segundo vídeo, obtido pelo Estadão, registra o momento em que o carro trafega com Tainara ainda presa, sendo arrastada.
A jovem só se desprendeu do veículo depois que o suspeito passou pela calçada de um posto de gasolina, a aproximadamente um quilômetro do local inicial do atropelamento. Ela foi socorrida por testemunhas e levada ao Hospital Municipal Vereador José Storopolli, em estado grave. Tainara, mãe de duas crianças, precisou amputar as duas pernas em decorrência das lesões. Na quinta-feira, 4, Tainara foi transferida para o Hospital das Clínicas.
A defesa de Douglas afirma que ele não conhecia a vítima e que teria na verdade tentado acertar o carro em um homem com quem teria brigado no bar e de quem teria ouvido ameaça de morte. Já os advogados da família e parentes da vítima apontam que Silva já teria tido um relacionamento breve com a jovem no passado.
Um amigo de Douglas, que estava no carro com ele, afirmou em depoimento aos investigadores que, após atropelar a vítima, ele chegou a acelerar o carro com o freio de mão puxado para aumentar a pressão do veículo com o chão e ferir ainda mais Tainara.
Douglas foi preso um dia após o crime em um hotel na zona leste da capital. De acordo com a polícia, ele reagiu à abordagem, sofreu um tiro no braço e foi detido na sequência. Conforme as investigações, o rapaz tinha planos de fugir para o Ceará, onde vivem os seus pais.
(Com Agência Estado)
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