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Justiça Quarta-feira, 27 de Dezembro de 2023, 16:16 - A | A

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Quarta-feira, 27 de Dezembro de 2023, 16h:16 - A | A

RETROSPECTIVA 2023

Feminicídio cometido por filho de ex-deputado “abre” 2023 marcado por crimes bárbaros contra mulheres em MT

Duplo assassinato de casal estarreceu a sociedade mato-grossense, tendo em vista a preparação orquestrada pelo acusado, que perseguia a ex-namorada inconformado com o fim da relação

RAYNNA NICOLAS
Da Redação

O duplo homicídio da advogada Thays Machado e do namorado dela, William Moreno, "abriu" um 2023 marcado por feminicídios bárbaros em Mato Grosso. Thays e William saíam do edifício Solar Monet, no bairro Consil, em Cuiabá, no fim da tarde de 18 de janeiro, quando foram atingidos por tiros. O autor dos disparos é o ex-namorado de Thays, Carlos Alberto Gomes Bezerra, filho do ex-deputado federal e ex-governador de Mato Grosso, Carlos Bezerra (MDB).

Depois de disparar mais de uma dezena de tiros contra e ex-namorada e o então companheiro dela, Carlinhos, como o autor dos homicídios é conhecido, foge para a fazenda da família em Campo Verde (137 km de Cuiabá). Pouco tempo depois, ele é preso na propriedade rural. À polícia, Carlinhos admite a autoria do crime, mas atribui a barbárie a uma forte "crise emocional" provocada pela neuropatia da diabetes.

LEIA MAIS: Filho de deputado de MT admite crime e diz que agiu sob efeito de "neuropatia da diabetes"

No mesmo dia, o pai de Carlinhos, ainda no exercício do mandato de deputado federal, vem a público e se diz "devastado" pelo episódio. No dia 20 de janeiro, a juíza Ana Graziela Vaz de Campos Alves Corrêa, da 1ª Vara Especializada de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Cuiabá, decreta a prisão preventiva de Carlinhos. Na decisão, a magistrada firma convicção de que o empresário agiu com a certeza da impunidade.

LEIA MAIS: Juíza decreta prisão preventiva de filho de deputado por homicídios de Thays e William

"Em que pese as famílias cuiabanas ao longo de décadas terem consagrado o “é gente de quem” como forma de assegurar-se sobre a companhia de seus filho(a)s, neste caso, tristemente, a procedência familiar do custodiado não bastou para respaldar sua conduta moral. Gente de quem, não é, infelizmente, necessariamente sinônimo de gente de bem", escreve.

Carlinhos é levado para a Penitenciária Central do Estado (PCE), onde chega a receber uma visita do pai. A defesa dele, patrocinada pelo advogado Francisco Faiad, consegue, logo depois, a transferência de Carlinhos para o presídio da Mata Grande, em Rondonópolis, sob a justificativa de que o acusado tem ensino superior e fazia jus à cela especial.

No início de maio, a Justiça decide que o empresário será submetido ao julgamento popular. Carlinhos é pronunciado por duplo homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e perigo comum, surpresa e impossibilidade de defesa da vítima e, em um dos casos, femínicídio.

O caso permanece travado até setembro deste ano, quando a segunda instância do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) nega recurso da defesa de Carlinhos e mantém a sentença de pronúncia. Uma nova reviravolta vem à tona no dia 18 de novembro, quando a 3º Câmara Criminal do TJMT concede prisão domiciliar ao réu.

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Os magistrados firmam entendimento de que o duplo homicídio foi um ato isolado e que não deve se repetir. A decisão também leva em consideração alegada fragilidade de saúde do empresário.

O que vem a seguir é a revolta até mesmo na classe política. Questionado sobre o fato, o deputado estadual Júlio Campos (UB) chega a chamar a determinação de "desastrosa".

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"Lamentavelmente, mais uma vez a sociedade mato-grossense se revolta contra essa decisão, que foi estapafúrdia, tomada no fim de semana e que veio, infelizmente, contrário ao que pensa a sociedade mato-grossense. Acho que foi muito cedo para essa decisão ser tomada, menos de um ano", disse o deputado na ocasião.

No fim de novembro, um protesto por Justiça foi organizado por amigos e familiares de Thays Machado. Carlinhos Bezerra segue em casa e sem data para ser julgado.

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