A juíza Selma Rosane de Arruda, da Sétima Vara Criminal, homologou na tarde desta terça-feira (25) o termo de delação premiada firmado entre o réu Elias Nessarden Júnior e o Ministério Público Estadual (MPE). Elias é réu na Operação Imperador que investiga desvios de R$ 62 milhões da Assembleia Legislativa por meio de falsas compras de material gráfico.
Conforme a denúncia, a organização criminosa que atuava nos desvios do Poder Legislativo era liderada pelo ex-deputado José Riva e composto por servidores da Assembleia.
Em audiências da sede do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO), Elias confirmou toda a tese defendida pelo MPE sobre os desvios, assumiu sua participação e narrou como os desvios eram cometidos.
Diante dos novos fatos narrados pelo réu outras investigações foram feitas e novos nomes foram citados entre os envolvidos no processo, de acordo com o promotor de Justiça, Marcos Bulhões, responsável pelo processo.
Segundo Bulhões, Elias era o administrador das empresas fornecedoras de material gráfico para a Assembleia. “As empresas não existiam efetivamente. Elas eram reais apenas no papel. Ele era sócio de uma das empresas e colocou as demais no nome de familiares e pessoas próximas a fim de participar dos esquemas”, contou.
Elias era dono das empresas Servag e Livropel, já as empresas Hexa Comércio e Serviços de Informática Ltda, Amplo Comércio de Serviços e Representações Ltda, Real Comércio e Serviços Ltda-ME eram falsas
Segundo o depoimento do acusado ao Gaeco, ele colocou as empresas no nome de familiares a fim de poder participar das licitações e independente de qual vencesse o certame ele sairia vencedor pois geria todas. Elias conta que ficava com 12% do valor e devolvia o restante para o secretário geral, Edemar Adams que, por sua vez, repassava o valor para ex-deputado José Riva (sem partido).
O valor desviado entre os anos de 2005 e 2009 somavam R$ 40 milhões. No entanto, o valor corrigido quando o processo foi iniciado em 2015 o montante atingia os R$ 62 milhões divulgados.
“Apesar dele ter confirmado que utilizou estas pessoas e que elas não se beneficiaram do esquema, isso não as isenta da responsabilidade de ter assinado e fornecidos documentos para ceder nome às empresas”, contou o promotor.
Elias será ouvido pelo juíza da Sétima Vara Criminal, Selma Rosane Arruda, no dia 28 de outubro. Os réus Janete Riva, Edson Menezes e Manoel Teodoro dos Santos podem ser interrogados após a oitiva do delator.
"Novas fases da Operação Imperador não estão descartadas", declarou o promotor.
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