O juiz João Bosco Soares da Silva, da 10ª Vara Criminal da Capital, oficiou a Polícia Civil para que "indicie” o empresário Marcelo Martins Cestari, 46 anos, por suposto homicídio culposo. Ou seja, quando não há intenção de matar. Ele é pai de uma adolescente de 14 anos, que matou a adolescente Isabeli Guimarães, da mesma idade, com um tiro, supostamente, acidental, na noite do último domingo (12), no condomínio de luxo Alphaville, em Cuiabá.
Além do indiciamento, o magistrado determinou que a autoridade policial "pregresse" e "interrogue" Marcelo, que também é atirador esportivo, no homicídio culposo.
A determinação atende a um pedido do promotor titular da 12ª promotoria de Justiça Criminal, Marcos Regenold Fernandes. De acordo com o Ministério Público, o delegado Olímpio da Cunha Fernandes, que até então investigava o caso, foi “maleável” ao não indiciar Marcelo pelo crime citado acima. A justificativa do membro do Ministério Público (MPMT) é de que o empresário, que também é atirador esportivo, não impediu que a sua filha tivesse acesso à arma.
“Outrossim, foi deveras complacente a autoridade policial ao não indiciar o implicado Marcelo Martins Cestari no crime de homicídio culposo, uma vez que, como proprietário/responsável pelo armamento, ou entregou, ou permitiu, ou não foi diligente o suficiente para impedir que sua filha de apenas 14 anos a manuseasse, dentro de sua casa e na presença de outra adolescente, agindo, no mínimo, a uma primeira vista, culposamente para com o evento morte ocorrido”, alegou o promotor.
Diante disso, o magistrado determinou que a Polícia Civil seja oficiada da decisão.
“Oficie-se, como requerido pelo Ministério Público, à Autoridade Policial, para os fins requeridos”, determinou o juiz em decisão proferida nesta quarta-feira (15).
Aumento de fiança
Na mesma decisão, a autoridade determinou o aumento da fiança imposta ao empresário. De acordo com o magistrado, o homem deverá pagar o equivalente a 200 salários mínimos, o mesmo que R$ 209 mil, por ter cometido, em tese, crime de posse ilegal de arma de fogo.
A determinação ocorre porque logo após a constatação da morte de Isabeli, Marcelo foi preso por crime de posse ilegal de arma de fogo. Na ocasião, Olímpio arbitrou fiança de R$ 1 mil. O atirador pagou o abano e teve a liberdade provisória concedida.
No entanto, a defesa da família da vítima, patrocinada pelo advogado Helio Nishiyama, entrou com um pedido na Justiça para que o valor da fiança fosse aumentado para R$ 1 milhão. No pedido, o jurista afirmou que o valor atribuído pelo delegado como fiança é "ínfimo" perto da gravidade do que ocorreu. Além disso, sustentou que Marcelo mora no condomínio mais luxuoso de Cuiabá e possui diversos carros de luxo.
Após o pedido da família, o MPMT deu parecer defendendo que o empresário teria que pagar o valor de R$ 104,5 mil, equivalente a 100 salários mínimos.
LEIA MAIS: Promotor pede para que fiança de empresário suba para R$ 104 mil
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Luiz Dutra 15/07/2020
Tá muito estranho o comportamento das autoridades policiais nessa tragédia da Alfha Ville, o MPE tem que indiciar o pai da menor e o pseudo sogro, que dizem ser o dono da arma que detonou o tiro. Sr.Juiz seja duro,honesto e honrado com sempre foi. Cadeia neles.
Crítico 15/07/2020
Dr PROMOTOR exímio conhecedor da lei, sabe perfeitamente que deixar arma de fogo ao alcance de criança chama para si a responsabilidade pelo evento morte. Logo é de sua exclusiva responsabilidade, portanto HOMICIDIO DOLOSO. Pelo andar da carruagem o dinheiro besta falando MAIS ALTO. LAMENTÁVEL
2 comentários