O movimento reflete a deterioração das expectativas de inflação já registrada pelo último boletim Focus, divulgado no início da semana, e declarações mais duras de integrantes do Comitê de Política Monetária (Copom) - incluindo entrevista do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ao Estadão/Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado).
"O que nós observamos foi uma série de manifestações verbais dos membros do Banco Central bem mais duras no enfrentamento da inflação do que estávamos antecipando", diz o economista-chefe do Banco ABC Brasil, Daniel Xavier. "Se o BC for entregar o que está sugerindo, a tendência é pausar o ciclo no nível atual."
Entre as 34 casas consultadas no levantamento, 23 preveem um novo corte de 0,25 ponto da Selic na reunião de junho do Copom. Outras 11, porém, já esperam que o comitê opte pela estabilidade da taxa - que está hoje em 10,50% ao ano.
Após iniciar o ano em 9%, a mediana das projeções para a Selic foi a 9,25% em março, refletindo dados piores do que os esperados para a inflação de serviços e também mudança de tom do Copom. Saltou a 9,5% na segunda quinzena de abril, depois de declarações de Campos Neto questionando as indicações ("guidance") do BC, e chegou a 10% com o resultado da reunião deste mês do colegiado.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
(Com Agência Estado)
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