Familiares reclamam de demora no atendimento às vítimas da tragédia

Mayke Toscano/Hipernotícias

Grauciani Souza, prima da vítima fatal, diz que adolescente morreu por demora no atendimento de unidades móveis especializadas

Familiares das vítimas da tragédia que aconteceu na manhã desta terça-feira (21) no Pantanal Shopping reclamam da suposta falta de atenção por parte do estabelecimento. Segundo Grauciane Cruz de Souza, prima de K.S. ,de 12 anos, que faleceu no local, há um grande conflito nas informações prestadas.

Outros três adolescentes ficaram feridos, um em estado grave. Outro estudante escapou do acidente porque não subiu no telhado.

Segundo ela, a primeira informação que a família recebeu é que a jovem subiu no teto e pulou. "Eu fiquei perplexa. Pensei: como assim, ela se suicidou?". Depois informaram que eles tentaram entrar sem pagar na sala de cinema.

"Ninguém sabe explicar porque não tinha uma câmera ou um segurança por ali. Porque uma saída proxima a um banheiro que fica cheio de crianças não estava sendo vigiada?" questiona.

Ainda segundo Grauciane, o socorro levou mais de 1 hora para acontecer. O acidente ocorreu por volta das 11h e a morte da menor foi registrada às 12h30, ainda no local da queda. Segundo informações, médicos tentaram reanimar a vítima, mas não conseguiram.

Grauciane reclama ainda que o shopping só avisou os familiares às 14h, quase 3 horas após o acidente. Segundo ela, a gerência alegou que os jovens não portavam qualquer documento de identificação. "Mas ela nunca sai sem identificação. Mesmo a carteirinha do ônibus serve para identificar".

Segundo informações da assessoria do shopping, os adolescentes caíram pelo mesmo buraco no telhado a uma altura de 8 metros, no corredor de saída da Sala 1 do cinema. O filme 'Namorados para sempre', que seria exibido às 17h nesta sala, foi cancelado.

O ACIDENTE

Os jovens deixaram o shopping pela saída de emergência e passaram por uma área técnica. Lá, chegaram a uma escada de manutenção que dava acesso ao telhado, por onde caminharam até que cedeu.

Segundo Alfredo Zanotta, gerente do shopping, não houve falhas no sistema de segurança. O estabelecimento conta com mais de 40 seguranças e 40 câmeras, mas no horário da queda não havia nenhum guarda no corredor que dava acesso às escadas. Também não há câmeras no local. A saída de emergência não estava trancada, para atender à normas.

"Essa saída fica perto do banheiro, então se elas sairam correndo, pode ser que ninguém tenha percebido. Essa área não tem função nenhuma, é apenas uma saída de emergência. Ocasionalmente pegamos alguém fumando aqui, e repreendemos pois é proibido".

Alfredo diz que as gravações estão sendo verificadas para acompanhar o trajeto dos adolescentes no shopping. Ele acredita que as crianças foram realizar algum ato não permitido, e por isso foram em um caminho escondido.

"Após um acidente como esse vamos ver se há alguma coisa que podemos aprimorar na nossa segurança. Quanto às famílias, vamos dar todo o apoio necessário", diz.