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Artigos Sexta-feira, 18 de Julho de 2014, 09:39 - A | A

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Sexta-feira, 18 de Julho de 2014, 09h:39 - A | A

O custo da bandidagem

Alguma coisa anda errada neste país! Todo mundo percebe, somente quem não vê isto são nossos governantes...

JUACY DA SILVA




Hugo Dias/HiperNotícias

Passado o fiasco da Copa, que culminou com a histórica goleada de 7 x 1 para a Alemanha, agora tetra campeã, já é tempo de o povo brasileiro acordar do sonho, ou ilusão, que durante os últimos quatro anos foram alimentados pelo marketing do governo e da grande mídia, e ter a coragem de confrontar a dura realidade do dia-a-dia.

Este é um momento mais do que oportuno, pois dentro de poucos meses teremos eleições para escolha de novos - espero que realmente novos - governantes, os quais tenham competência, capacidade e coragem para oferecer ao país um novo modelo de governo, com planejamento, ética na gestão pública e o estabelecimento de prioridades verdadeiras. Isto é necessário para o delineamento de um novo modelo de desenvolvimento econômico, social e político, onde o Estado não seja aparelhado por partidos políticos e grupos de interesse, e que a corrupção não seja uma pratica tão comum na administração pública.

Este artigo não trata do custo da bandidagem de colarinho branco e nem da criminalidade política, mas apenas da chamada bandidagem comum ou os ‘delinquentes pés de chinelo’, que roubam, assaltam à mão armada, assassinam, estupram e cometem outros atos de violência que tanto aterrorizam a população brasileira, vitima da impunidade, da omissão ou conivência do Estado. Vale a pena destacar que as armas dos criminosos de colarinho branco são as canetas, os aparelhos telefônicos e os computadores, mas também têm um altíssimo custo aos cofres públicos.

Na ultima terça feira, 15 deste mês de julho, o Jornal A Gazeta, de Cuiabá, veiculou uma ótima e oportuna reportagem realizada pela jornalista Bruna Pinheiro, sob o titulo “Gasto com saúde é menos do que 1% do custo com preso”. Por si, a manchete induz à conclusão de que a saúde pública não é prioridade de nossos governantes, em todos os planos: federal, estadual e municipal, razão pela qual todas as pesquisas de opinião indicam que 78% da população brasileira (principalmente os mais de 150 milhões de brasileiros que dependem apenas do SUS para tratamento de saúde) encontram-se indignados pelo descaso e desrespeito com que são tratados.

Em 2013, após a seleção brasileira ter conquistador a Copa das Confederações, a presidente Dilma, pegando carona no sucesso da nossa seleção, dizia ufanisticamente que seu governo tinha “padrão Filipão”. Agora, ante o fracasso da seleção e do mesmo técnico, tenta desvincular seu governo desta humilhação, mas pouco diz que justifique o caos que continua na saúde, a escalada da violência, a educação de baixa qualidade, a corrupção que anda de vento em popa, a infraestrutura completamente sucateada, a área da energia elétrica que beira o apagão e assim por diante.

No contexto da violência, um capitulo especial deve ser dedicado ao sistema prisional brasileiro, que se aproxima muito das prisões e dos calabouços da Idade Média, uma espécie de antessala do inferno, que garante que 75% dos detentos voltem à vida da criminalidade. O sistema prisional não reeduca e nem recupera os presos ou internos para um novo convívio social; parece muito mais com uma universidade do crime do que qualquer outra coisa.

O crescimento da taxa de detentos no Brasil entre 1995 e 2014 chega a 205,3%, enquanto o aumento populacional foi de apenas 34%. O número de presos em 2005 era de 361 mil e em 2013 chegou a 548 mil. O Brasil ganhou a copa do número de assassinatos em 2013, com 56.337, superando a Índia que tem mais de 1,1 bilhões de habitantes, ou os EUA, que tendo uma população de mais de 316 milhões registrou apenas 11.827 homicídios.

O custo anual de um preso no sistema prisional comum é de R$ 29.400,00 e nas prisões de segurança máxima é de R$57.600,00. A construção de uma prisão de segurança máxima para 208 celas custa R$ 34,8 milhões de reis. O Brasil gasta mais de 30 bilhões de reais por ano para manter pouco mais de meio milhão de presos, e apenas R$ 106 bilhões de reais para atender os 150 milhões de usuários do SUS. Por esses dados, percebe-se que o Brasil gasta com saúde pública, per capita, apenas 1,24% do que gasta com um detento. Alguma coisa anda errada neste país! Todo mundo percebe, somente quem não vê isto são nossos governantes... Isto é uma lástima!


*JUACY DA SILVA é professor universitário, aposentado UFMT, mestre em sociologia. Email: [email protected] Blog: www.professorjuacy.blogspot.com Twitter: @profjuacy

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Carlos Nunes 18/07/2014

ANTES DAS ELEIÇÕES (ainda há tempo) alguém deveria pegar o Acordo com a FIFA + a Lei da Copa, esmiuçar, destrinchar, e contar para os eleitores, em linguagem bem popular...todas as vantagens e mais vantagens que a FIFA e todos os seus patrocinadores tiveram com a Copa. Recentemente alguns jornalistas comentaram que a FIFA vai sair com um lucro de 4,5 BILHÕES DE REAIS, isenta de pagamento dos impostos. Resta saber Em Qual região do país, daquelas bem pobre, bem carente, esses 4,5 BI vão fazer uma falta danada? E perguntar ao senador Cristovam Buarque que fez um discuro inflamado durante a votação da lei da Copa, por que ele disse que tudo isso...até atentava contra a Soberania Nacional. Como nós não entendemos nada, ou somos, despolitizados a beça, ou somos analfabetos funcionais, ou como sempre somos os últimos a saber. Bem para alguns, que querem se perpetuar no poder, o que menos interessa é a verdade. Quanto a bandidagem...olhando o mau exemplo que vem de cima (da cúpula), eles comentam: se eles podem, porque nós não podemos. Pois é, dizem que o BOM EXEMPLO deveria vir sempre de cima.

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