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Artigos Segunda-feira, 17 de Outubro de 2022, 14:21 - A | A

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Segunda-feira, 17 de Outubro de 2022, 14h:21 - A | A

ROSANA DE BARROS

Mulheres e a pobreza

ROSANA LEITE ANTUNES DE BARROS

Reprodução

Rosana Barros

 

A data de 17 de outubro oportuniza reflexão, já que é conhecido como o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza. Primordialmente, o dia de comemoração aconteceu na França, no ano de 1987, quando cerca de cem mil pessoas se reuniram na Praça dos Direitos Humanos e Liberdades, em Trocadéro, para pensar em pessoas vítimas da pobreza, da fome, da violência e do medo.

Todavia, para pensar em pobreza, necessário se faz a remessa às pessoas mais pobres das mais pobres, ou seja, aquelas que enfrentam a vulnerabilidade, a busca incessante por justiça social – as mulheres. A agenda 2030 da ONU instituiu os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável para sobrepujar os problemas temporais, e dentre eles o primeiro diz respeito à erradicação da pobreza, e, o quinto a igualdade de gênero.   

O Observatório de Igualdade de Gênero da América Latina e do Caribe divulgou o índice de feminidade na pobreza, levando-se em consideração a idade de 20 a 59 anos. No ano de 2019, para cada 100 homens vivendo em lares pobres, havia 112,7 mulheres. Os valores indicam a disparidade na incidência da pobreza para elas, as mulheres.

É a desigualdade de gênero a mais antiga e latente do mundo. Deixa claro o que o mundo capitalista faz neste particular. A autonomia econômica das mulheres é mais difícil, e muitas vezes, ausente. As mulheres são constantemente desvalorizadas em seus trabalhos, necessitando que as respectivas competências sejam confirmadas. Assim, para se falar sobre empoderamento, aliás, palavra muito usada por todos e todas na atualidade, é premente se pensar em como empoderar cem por cento de mulheres. 
E mais, pensar nas variadas mulheres que necessitam estar contempladas. As oportunidades para homens e mulheres devem ser aquilatadas diferentemente, para que a justiça social seja real. E quando se combinam múltiplas vulnerabilidades, o empoderamento não será democrático se não estiver a analisar cada mulher, ou melhor, cada ‘ser mulher’.

Esperançosamente, hodiernamente, muito se fala sobre todos os desafios enfrentados em um mundo misógino, machista, patriarcal, racista e homofóbico. Porém, dentro de todo o contexto apresentado é importante a visão de que em nenhum país do mundo foi extinta a desigualdade de gênero, sendo um dos pilares o alcance da igualdade econômica.  Assim, as mulheres ficam mais vulneráveis à pobreza. A diferença salarial entre gêneros é de aproximadamente 23%. Em 2017 foi diagnosticado que seria necessário, pelo menos, 170 anos para eliminar a diferença. Também, vislumbrou-se que existiam 700 milhões de mulheres a menos que os homens em trabalho remunerado. Ainda, 75% delas trabalham informalmente, sendo carentes de direitos e acesso à seguridade social. Quanto ao trabalho doméstico, se mostrou assim: as mulheres assumem entre duas a dez vezes mais trabalho não remunerado que os homens.

Há que se ressaltar o que o período pandêmico representou neste lamentável quadro de análises. A América Latina foi muito atingida com um aumento de 81 a 86 milhões de pessoas em extrema pobreza, nos anos de 2020 e 2021. Claro, o pior cenário foi para as mulheres e para os demais grupos vulnerabilizados, levando-se em conta a classe, o gênero e a raça. As mulheres não são cuidadoras por natureza. Todavia, nos ombros delas recaíram as maiores cargas. Pesquisas mostraram que em todos os países a sobrecarga de trabalho foi delas. Sem contar que muitas foram dispensadas, e voltaram ao lar apenas para as lides domésticas. E grande parte das que foram dispensadas do labor fora de casa não conseguiram os recuperar, engrossando as estatísticas da pobreza feminina.  

Para as mulheres, sem dúvida, a data tem amplo significado, principalmente para se pensar em rompimento e compreensão quanto ao exercício do poder e suas conjecturas. Patrícia Hill Collins trata do tema: “Desafiar estruturas de poder a partir do seu interior, trabalhando as rachaduras do sistema requer, no entanto, aprender a falar várias línguas de poder de forma convincente.” 

(*) ROSANA LEITE ANTUNES DE BARROS é defensora pública estadual.

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

 

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