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Artigos Quarta-feira, 13 de Agosto de 2025, 14:20 - A | A

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Quarta-feira, 13 de Agosto de 2025, 14h:20 - A | A

GABRIEL NOVIS

A mala que nunca viaja

GABRIEL NOVIS NEVES

Aquela mala, guardada no alto do armário, cheia de planos que ficaram para depois, nunca viaja. 

Grande parte da minha vida ativa passei em deslocamentos.

Todas as semanas ia a Brasília resolver questões ligadas à implantação da nossa universidade federal, durante onze anos.

Antes e depois disso, minhas viagens eram menos frequentes, especialmente quando exerci cargos de secretário de Estado. 

O Rio de Janeiro e outras capitais brasileiras também estavam entre meus destinos. 

Nessas viagens de trabalho, sempre levava apenas uma maleta de mão.

Ainda assim, lembrava daquela enorme mala esquecida no alto do armário — a mesma que só havia usado na longa viagem da lua de mel.

Pensei em utilizá-la nas férias com a família, mas só tive aborrecimentos.

Seu peso ultrapassou o limite permitido e precisei pagar taxa extra.

Na esteira da Polícia Federal do aeroporto, tive que abri-la e acabei perdendo duas garrafas de vinho estrangeiro que havia ganhado no Natal.

O pior, porém, foi na nossa chegada: a frustração de não ver a mala.

Lembro-me também da primeira colação de grau dos alunos de Medicina da, hoje, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, em Campo Grande.

Eu fora convidado, como vice-chanceler da universidade, para o ato solene daquela noite.

O avião partia de Cuiabá antes do almoço.

Resolvi embarcar de calça e camisa, despachando na mala minha roupa de gala.

A parada no aeroporto da Base Aérea de Campo Grande foi rapidíssima.

Logo o avião seguiu para São Paulo, seu próximo destino.

Quando cheguei à esteira de desembarque, ela já girava vazia.

Fui ao balcão reclamar.

O funcionário informou que a mala tinha partido para São Paulo, mas garantiu que voltaria no voo da meia noite e seria entregue no meu hotel.

Para comparecer a solenidade, precisei emprestar um blazer escuro e uma gravata.

Essas são as lembranças que guardo daquela mala, no alto do armário do meu quarto.

(*) GABRIEL NOVIS NEVES é médico e ex-reitor da UFMT.

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

 

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