A vice-prefeita Vânia Rosa (Novo) afirmou que o processo de "descarte" de sua figura política começou no dia 29 de outubro, logo após o resultado do segundo turno das urnas. Segundo a coronel, ao questionar sobre o seu papel no início da transição, a resposta que recebeu foi direta: "vai para casa".
Em um desabafo, em entrevista concedida esta semana, ela afirmou que a harmonia exibida nos palanques da última campanha eleitoral, na qual disputou, junto ao prefeito Abilio Brunini (PL), em Cuiabá parece ter tido data de validade de apenas 24 horas. Ela contou um diálogo que teria protagonizado com o presidente regional do PL, Ananias Filho.
“O desafio foi no dia 29 de outubro, um dia depois de ganharmos. Perguntei o que eu deveria fazer e ouvi: ‘Vai para casa’. Eu falei: ‘O quê? Eu não vou para casa. Vocês vão? O prefeito vai?’. Ali eu já senti o tom: já te usei para o que eu precisava, agora escanteio”, relatou a vice-prefeita.
A revelação descortina os bastidores da relação, sugerindo que a parceria de campanha foi estritamente utilitária.
Acostumada à hierarquia e ao exercício da autoridade na Polícia Militar desde os 18 anos, Vânia Rosa afirmou que sentiu um "estranhamento" imediato com a forma como o grupo vencedor lidou com o poder recém-adquirido.
“E quando tem uma pessoa imatura lidando com o poder, a gente traz um estranhamento à forma como muitas vezes ele lida com isso”, afirmou se referindo ao prefeito, mas sem citar o nome dele diretamente.
De acordo com ela, o isolamento não repercutiu apenas na política, mas também dentro da Polícia Militar. A coronel relatou que tem recebido ligações de seus pares e superiores, revoltados com a exposição e a tentativa de "macular" sua imagem construída em décadas de carreira.
"Meus coronéis ligam e perguntam: 'Vânia, você é coronel, cara, o que está acontecendo?'. Nunca houve esse tipo de exposição dentro da polícia. Estão tentando macular minha imagem e jogar aos ventos", desabafou.
Vânia afirmou que tentou todas as vias de diálogo internas, mas que o respeito "não nasceu nos bastidores". Agora, ela assume uma postura de enfrentamento público para combater o que classifica como narrativas mentirosas de "traição à direita".
"Eu sou de direita, não tenho que discursar sobre isso, têm que olhar minhas ações", frisou.
A vice-prefeita ainda confirmou que está se preparando técnica e juridicamente para provar o esvaziamento de poder, que é a "ponta do iceberg" da violência política que disse estar sofrendo.
"Cuidado com as narrativas. Eles criam uma imagem e fazem diferente. A sociedade se ilude porque está ocupada trabalhando, mas peço que olhem os dois lados", concluiu.
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