Nesta terça-feira (10), a procuradora-geral Eleitoral Raquel Dodge se manifestou favoravelmente à cassação do mandato da senadora Selma Arruda (PSL) e à realização de novas eleições para o cargo em Mato Grosso. Para o advogado Eduardo Mahon, apesar do parecer não ter poder vinculante, ele ganha consistência no julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“É um posicionamento do Ministério Público Federal, na condição de fiscal da lei, claro que tem um peso. Mas esse peso não define o julgamento. Entretanto, especificamente nesse caso é muito coerente”, disse Mahon, destacando que a derrota, por unanimidade, de Selma no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT) interfere ainda mais na Justiça Superior.
A senadora, que é juíza aposentada, teve o mandato cassado em abril pelo TRE-MT. Na ocasião, ela foi cassada por 7 votos a 0, por prática de caixa dois e abuso de poder econômico, além de propaganda fora do período legal, durante a pré-campanha. O processo agora tramita no TSE.
“Quando você perde por minoria é uma configuração, por exemplo, que houve divergência, houve polêmica, um entendimento diferente. Mas quando você perde por unanimidade é uma mensagem muito cristalina à Corte Superior”, pontuou.
Novas eleições
Ainda em seu parecer, Raquel Dodge se manifestou também, assim como o TRE-MT, pela realização de novas eleições, para que seja eleito um novo substituto para o cargo.
Mahon explica, que caso isso se concretize, o pleito acontece de forma livre e as regras da eleição serão definidas pelo tribunal estadual.
“Qualquer candidato, qualquer partido poderá se candidatar. Porém, o mandato será reduzido em um ano. A campanha funciona de uma forma normal, eu acho que são 30 dias, mas é o TRE que irá disciplinar”, afirmou o advogado.
Para o Senado Federal, a lei eleitoral prevê que seja realizada nova eleição, já que o voto de senador é majoritário e, por isso, é cassada a chapa inteira, incluindo os suplentes.
Estranheza
À imprensa, a senadora Selma Arruda afirmou que vê com estranheza o posicionamento emitido pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
A magistrada aposentada cita o fato de os autos terem ido ao Ministério Público Federal na data de 10/09 e o parecer, com 75 laudas, ter sido assinado pela Procuradoria Geral da República nesta mesma data.
Para Selma, “há sério indicativo de que o parecer já se encontrava pronto, por encomenda, ou que a Procurada Geral da República, Raquel Dodge, não tivesse mais nada a fazer, únicas hipóteses que justificariam tal coincidência".
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Crítico 11/09/2019
Depois que a POLITICA influencia em decisões judiciais como acontecerá no caso da senadora! Único remédio é a INTERVENÇÃO FEDERAL.
joaoderondonopolis 11/09/2019
Ganha peso, mas não é tudo.
2 comentários