O engenheiro Fabio Frigeri, preso na Operação Rêmora, teceu críticas ao Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) sobre a condução do processo no qual é réu. As queixas foram registradas no depoimento à juíza Selma Arruda na sexta-feira (16).
Segundo Frigeri, quando foi preso em maio deste ano, o Gaeco o impediu de acompanhar a busca e apreensão na sua casa. Além disso, o engenheiro relata que logo após a prisão, foi encaminhado para a Penitenciária Central do Estado (PCE), quando deveria ter sido encaminhado para o Centro de Custódia da Capital (CCC), já que possui curso superior.
“Eu fiquei de pé numa sala, sem água e sem comida. Depois me levaram para o Centro de Custódia”, relata.
O réu relatou também que quando foi ouvido pelo Gaeco, no mês de maio, o promotor de Justiça Marco Aurélio, coordenador do Gaeco, foi agressivo com ele. “Ele chegou na sala chutando porta, batendo na mesa e gritando”, afirmou. O advogado do réu interviu no abuso de autoridade por parte do promotor, conforme contou.
Frigeri também afirmou que as interceptações telefônicas foram “maquiadas” e sugeriu que uma pessoa despreparada estivesse responsável pelas interceptações.
“O Ministério Público tem mais de 1500 interceptações telefônicas minhas cobrando os empresários sobre a qualidade das obras e cumprimento dos prazos".
“Teve um policial que ouviu uma ligação minha com uma pessoa identificada como luz e deduziu que era Luiz Fernando. Esse Luiz era meu pai. Era com ele que eu estava conversando. Eu passei o telefone dele para o Gaeco. Mas isso foi manipulado. Me desculpa mas isso não é certo" critica o réu.
O empresário Luiz Fernando Rondon é delator nesta operação.
Durante o depoimento de Fábio, o promotor Marco Aurélio não estava presente. Ele estava ouvindo o empresário Alan Malouf, preso na terceira fase da Operação Rêmora, denominada Grão Vizir.
O promotor Marcos Bulhões, que estava na audiência, se manifestou sobre as acusações do réu. “A primeira estratégia do réu para se defender é acusar a autoridade. Isso é cultural, infelizmente. Na falta de argumentação, ele acaba tentando desqualificar quem está trabalhando”, rebateu.
Sobre a interceptação telefônica criticada pelo engenheiro, o promotor explicou que um cabo da PM é responsável pelas escutas e todos passam por qualificação para desempenhar esse trabalho.
“A interpretação das ligações é o Cabo que faz, mas ela é disponível para que as partes possam questionar para ponderar se trata de outro contexto. As ligações na íntegra são preservadas, basta ouvir e tirar as próprias conclusões”, esclarece.
O promotor alega que muitos dos réus apontam abusos e exageros, porém há registros com informações de como as buscas foram realizadas. “Todos alegam que houve excessos, mas é preciso provar que houve tudo isso”, informou.
Frigeri aguarda análise de pedido de revogação de prisão impetrado pela sua advogada Michelle Marie, que ainda receberá o parecer do MPE e seguirá para a decisão da Juíza Selma Arruda.
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Carlos Nunes 19/12/2016
Como só a Verdade, nada mais do que a Verdade, interessa nos casos da delação premiada, acho que deveriam introduzir nos depoimentos aquele moderno aparelho, que o Sílvio Santos e a Luciana Gimenez já mostraram em seus programas - aquele onde a pessoa fica atrelada aos fios, e também analisa o timbre de voz, para ver se fala a verdade ou mente descaradamente...o tal DETECTOR DE MENTIRAS. Coloca o aparelho no corruptor, e depois no corrupto, e compara. Começa a fazer as primeiras perguntas sobre propinas; se o aparelho apitar, mente; se funcionar normal, diz a verdade. Poder ter uns que se mentir, o aparelho até exploda, bem esses devem ser "corruptos profissionais" - já vem roubando há longo tempo. Pergunta pró engenheiro: se ele aceitaria dar o depoimento atrelado a um detector de mentiras? Quem não deve, não teme, como diz o ditado popular. Consciência limpa, o aparelho não registra nada.
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