Inquérito instaurado pela Polícia Judiciária Civil (PJC) relacionado à Operação Sodoma, apurou que a empresa da esposa do ex-secretário Marcel Souza de Cursi, a M DE A Cláudio, aparentemente recebeu 503 cheques de empresas de transportes, totalizando um valor de R$ 2,5 milhões.
Os cheques seriam de Posto Taperão LTDA e Posto Siloeiro LTDA, ambos do Grupo Martelli. Há indícios de que a M DE A, que trabalha na prestação de servidos de consultoria, serviços administrativos para terceiros, apoio administrativo e serviços de profissionais liberais, seja apenas uma fachada para o recebimento de propina, visto que a citada empresa foi aberta em 06/07/2012, dois dias após Cursi ser nomeado pelo ex-governador Silval Barbosa (PMDB) para assumir a Secretaria de Fazenda, como consta no inquérito. Sua nomeação foi publicada no Diário Oficial do Mato Grosso sob o número 25837, em 4;/07/2012.
Por meio de quebra de sigilo bancários foi constatado pela Polícia Civil cinco contas em agências bancárias diferentes em nome da empresa, onde foram depositados todos os 503 cheques entre os anos de 2012 e 2013 pelo Grupo Martelli. O documento cita que as compensações foram feitas em valores menores que R$5 mil a fim de não chamar atenção quanto as transações.
“Em relação ao recebimento dos cheques, foi possível efetuar uma correspondência entre estes com o decreto de nº 924/2011 e 1.642/2013, que alteraram o decreto nº 2.683/2010, responsável por permitir que o segmento das transportadoras do Estado de Mato Grosso conforme o caput do artigo 2º (decreto 2.683/2010), poderiam aproveitar em sua conta gráfica o valor nominal do crédito do imposto retido na aquisição de óleo diesel, sendo que o inciso V estabelece que a empresa teria que utilizar o crédito apropriado exclusivamente para aquisição de óleo diesel mediante emissão de nota fiscal de transferência, limitada a razão da décima segunda parte do montante apropriado, ou seja, 1/12” diz trecho do inquérito policial. O decreto confere benefícios ao segmento de transportes no Estado.
Operação Sodoma
As investigações da Polícia Fazendária apontaram, em setembro de 2015, que o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) e os ex-secretários Pedro Nadaf (Indústria e Comércio e Casa Civil) e Marcel de Cursi (Fazenda) fariam parte de um suposto esquema de corrupção e lavagem de dinheiro relacionado à concessão de incentivos fiscais no Estado.
O ex-governador foi citado como chefe do esquema criminoso montado para desviar recursos do erário público, com a finalidade de pagar despesas de campanha política de sua reeleição e angariar recursos decorrentes do pagamento de propina. A execução de tarefas específicas foi determinada a pessoas de sua extrema confiança, com acesso direto ao palácio do Governo, entre elas Marcel Souza de Cursi, inicialmente como secretário adjunto de Receita Pública e posteriormente nomeado como secretário de Fazenda.
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