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Justiça Segunda-feira, 18 de Julho de 2022, 17:10 - A | A

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Segunda-feira, 18 de Julho de 2022, 17h:10 - A | A

"PARA, VOCÊ VAI ME MATAR"

Aluno diz que implorou à tenente Ledur para que não fosse morto afogado na Lagoa Trevisan

Segundo Maurício, Ledur ordenou para que ele passasse uma corda envolta do pescoço antes de começar a afogá-lo.

AMANDA DIVINA
Da redação

O aluno Maurício Júnior dos Santos alegou, durante audiência de instrução, que suplicou para que a tenente do Corpo de Bombeiros, Izadora Ledur de Souza Dechamps, parasse de lhe dar "caldos", por ter ficado com medo de morrer. Ledur foi denunciada pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) pelo crime de tortura contra o aluno.

Izadora Ledur.jpg

 

Entre os meses de janeiro e fevereiro de 2016, durante o treinamento de salvamento aquático em ambiente natural do 15º Curso de Formação de Soldado do Corpo de Bombeiros, realizado na Lagoa Trevisan, em Cuiabá, Ledur submeteu o aluno Maurício a intenso sofrimento físico e mental como forma de lhe aplicar castigo pessoal.

Apesar de apresentar bom condicionamento físico, bem como ter sido aprovado em todas as fases do concurso público para compor o quadro de servidores do Corpo de Bombeiros, incluindo a etapa TAF (teste de aptidão física), Maurício demonstrou dificuldades na execução das atividades aquáticas, o que era visível a todos os alunos e instrutores.

Durante o treinamento, Maurício precisou percorrer 40 metros na lagoa e, em certo momento, ele começou a sentir câimbras. O rapaz chegou a receber uma boia ecológica de um tenente. Porém, Ledur teria determinado que os demais alunos seguissem com a travessia da lagoa e abandonassem o aluno.

Após ter recebido alguns "caldos", Maurício começou a gritar por socorro e segurou os braços da tenente Ledur. Neste momento, Ledur teria dito para o aluno: “você está louco? Aluno encostando em oficial”. Segundo Maurício, Ledur ordenou para que ele passasse uma corda envolta do pescoço antes de começar a afogá-lo. 

Em seguida, o aluno acabou perdendo a consciência e acordou somente quando estava às margens da lagoa.

"Começando a fazer a travessia, começou a me dar caimbrã, uma atrás da outra, mas eu fui nadando. Eu disse "não, eu não aguento mais". Ele (tenente) chegou a me jogar uma boia para eu fazer a travessia. Ela (Ledur) mandou todo mundo se afastar e me chamou até ela e começou a me xingar. Eu pensei "é agora que eu ia morrer". Ela disse "agora tu pega essa corda e passa por debaixo do seu pescoço" e eu passei, foi quando ela começou a me afogar. Uma hora eu encostei nela e disse "Ledur, pela amor de Deus para, para, você vai me matar", relatou o aluno.

CASO RODRIGO CLARO

A tortura contra Rodrigo, que morreu, ocorreu durante um treino de instrução também na Lagoa Trevisan, na Capital, em novembro de 2016. O jovem fazia aula de instrução de salvamento quando passou mal. Rodrigo ficou em coma na Unidade de Tratamento Intensiva (UTI) de um hospital particular de Cuiabá e morreu cinco dias depois.

Desde a morte do aluno, a oficial foi afastada dos trabalhos e apresentou vários atestados médicos alegando problemas psicológicos. No entanto, em 2019, Ledur retomou ao trabalho no setor administrativo da corporação. Em 2021, Ledur foi condenada, pelo crime de mau-tratos, a um ano de detenção, pena cumprida em regime aberto.

Entretanto, a defesa da oficial ainda recorre na Justiça para que Ledur seja absolvida.

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