"É promissor, mas não sabemos ainda os detalhes. Temos que confirmar. Um projeto, partindo do zero, da primeira perfuração até a primeira tonelada, demora muito", disse, frisando que a Anglo acredita muito no Brasil. "(No Brasil) A Anglo já trabalha com ferro, nióbio e quem sabe com cobre no futuro", disse.
Em debate no FT Commodities Americas Summit 2018, Fernandes pediu que o novo presidente do Brasil aposte no setor de mineração e que as regras sejam mais claras. Segundo ele, a representatividade do setor pode saltar dos atuais 4% do Produto Interno Bruto (PIB) para cerca de 10%. Para isso, é necessário estabilidade política para aprovar definitivamente o novo Código de Mineração e discutir a estrutura tributária para a atividade.
"Precisamos ter mais clareza das regras. Existia um código de mineração antigo, que praticamente ninguém seguia. Agora, temos o decreto. Mas ainda precisamos aprovar o código", disse, comparando o trâmite para a discussão de novas regras no Brasil e no Peru. "O Brasil demorou demais para pensar e mudar o código. Peru levou três meses. Brasil discute há anos e não define", completou.
Para Fernandes, o sistema tributário no Brasil é "muito complicado". Ele destacou que os royalties pagos no país são menores que na Austrália, mas como há a incidência de vários outros impostos, como ICMS, PIS e Cofins, no final, a carga tributária é muito maior que a de outros países. "Toda a carga tributária precisa ser pensada para que setor possa alcançar esse tamanho de 10% do PIB", disse.
(Com Agência Estado)
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