Mesmo com a redução do nível de alarme da covid-19 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), decretada no início do mês, não há como negar a destruição, mas também os avanços que o coronavírus trouxe para a saúde. No Brasil, apesar do atraso na vacinação, muitas cidades se mostraram aptas a “dar conta do recado”. Em Mato Grosso, Várzea Grande foi um dos municípios que ganhou destaque no quesito e a superintendente de Vigilância em Saúde de Várzea Grande, Relva Cristina de Moura, disse que isso só foi possível graças às parcerias firmadas para tornar o processo ágil.
O HNT foi em busca de outro olhar sobre o contexto pandêmico, a vacinação. “A gente teve várias parcerias. Tivemos parcerias com o Univag, com a Assembleia Legislativa, que montou dois pontos pra gente. Secretaria de Meio Ambiente, que nos ajudou também com outro ponto, que foi Parque Berneck. Então, à medida que foi ampliando os grupos, a gente foi pensando em novas estratégias pra poder alcançar esse público”, relembrou.
Outra parceria foi firmada com a pasta da Educação, onde o ponto fixo do ginásio Fiotão foi adotado para vacinar a população. A superintendente também comentou sobre o cuidado em dar acesso aos carros e pedestres, tanto com o drive-thru, como com o ponto fixo. O drive-thru foi pensado para diminuir a aglomeração e dar agilidade, havendo menos contato e o distanciamento era respeitado. No caso dos pontos fixos, a distância entre as cadeiras também foi pensada.
“A gente conseguiu fluir toda essa estrutura que nós tivemos durante todo esse período de vacinação. Quando a gente viu que veio decaindo o nível de vacinados, foi caindo a partir da terceira e quarta dose, ai nós disponibilizamos para todas as unidades básicas de saúde. Aos poucos, a gente foi distribuindo e treinando as equipes”, disse ela, ao englobar a parte administrativa para lançamento dos dados no sistema.
“Tudo na verdade a gente fala que a gente trocou o pneu do carro com o carro andando. A medida que as coisas foram acontecendo, nós tínhamos uma equipe técnica, juntamente com o nosso secretário, junto com nossa subsecretaria, a gente fazia os planejamentos”, reiterou a superintendente. Relva contou também que dentro da própria secretaria, a Atenção Básica, a Secundária e outros servidores se uniram. “É a Saúde como um todo [...] todo mundo segurou na mão e conseguiu ir até o final”, ponderou.
A enfermeira traçou também uma linha do tempo sobre a vacinação. “Chegou a vacina e a prioridade eram os profissionais de saúde. Então, nossa prioridade foi ir até o Pronto-socorro e as UPAs nesse primeiro momento, depois, foi abrangendo”.
A cidade também atuou e atua com a bivalente, vacinando pessoas acamadas, com os agentes indo até a casa de quem não pode ir até os pontos com vacina. As pessoas precisavam fazer uma inscrição no site, algo essencial para o planejamento estratégico. “Então, a partir de lá, a gente teve como mensurar a quantidade de pessoas, a gente teve como se estruturar. Porque se a gente não tivesse isso, a gente não conseguiria planejar essas ações”, relata ela sobre o portal criado para fazer o cadastro.
DIFICULDADES
Na parte técnica, tudo era novo, inclusive a parte do convencimento para as pessoas se vacinarem. “Nós não temos que obrigar ninguém a se vacinar. Nós temos que passar o nosso conhecimento, de todos os treinamentos que nós tivemos para a população”, disse Relva. Todo o treinamento e embasamento teórico feito foi através do Ministério da Saúde e do Estado.
“A gente sempre tentou explanar pra população qual era a importância da vacinação. O objetivo da vacinação. Porque o objetivo da vacinação não é simplesmente individual, ele é coletivo também. [...] porque a gente não tá só se protegendo, a gente protege o pai, que tá na nossa casa, que já é idoso”, reforçou Cristina.
A saúde mental dos profissionais de saúde também foi colocada em pauta. A Secretaria de Saúde da cidade também teve um programa voltado para os trabalhadores para cuidar dessa questão. Relva destacou que um dos motivos foi o turbilhão vivido.
“A gente já teve campanhas de vacina, mas não com uma vacina nova, não com uma doença tão específica, com tanta fatalidade, transmissibilidade [...] a gente teve que se reinventar também nesse processo enquanto profissional [...] a gente não teve nem muito tempo”, finalizou ela, ao lembrar do processo.
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