O comandante do 7º Comando Regional da Polícia Militar, tenente-coronel Murilo Franco, revelou nesta segunda-feira (4) os elementos que confirmam a participação de dois policiais militares no assalto à agência do Banco Sicredi, ocorrido na última quinta-feira (31), em Brasnorte (580 km de Cuiabá). A confirmação veio após uma intensa operação de segurança que durou mais de 48 horas e resultou na prisão de 14 suspeitos.
Segundo o comandante, o que chamou atenção da corporação desde o início foi o comportamento incomum da quadrilha durante o roubo: apenas um disparo de arma de fogo foi registrado, o que não condiz com a agressividade geralmente observada em ações desse tipo.
Mas foi a análise das imagens do sistema de videomonitoramento Vigia Mais MT que confirmou as suspeitas. As gravações mostraram que houve um atraso de cerca de 35 segundos entre a saída do carro usado pelos criminosos, uma caminhonete Hilux e a da viatura policial, o que poderia ser considerado aceitável. No entanto, ao longo dos 1.800 metros de trajeto entre a agência e a saída da cidade, esse intervalo aumentou para cerca de cinco minutos, o que, segundo Murilo, é um tempo fora dos padrões operacionais e indicativo de comportamento suspeito.
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“Isso já é um tempo considerado. Quando recebemos a informação da Inteligência de possível envolvimento de militares, e um dos presos confirmou essa participação indireta, ficou evidente que havia indícios sólidos”, relatou o tenente-coronel. Os dois policiais alegaram que estavam no encalço da quadrilha, mas as imagens contradizem essa versão. Além disso, a doutrina da PM prevê cerco e acompanhamento contínuo, justamente para evitar confrontos em área urbana e proteger vidas. A discrepância entre o que dizem e o que mostram os registros reforçou a suspeita.
Outro fator determinante foi a vantagem de tempo obtida pelos criminosos durante a fuga. A diferença de cinco minutos, a uma velocidade média de 120 km/h, representa uma distância de cerca de 10 quilômetros, o suficiente para inviabilizar qualquer perseguição eficaz. “Foi um comportamento atípico. Somado à vantagem no deslocamento e à confirmação obtida durante as entrevistas, entendemos que houve, sim, uma colaboração dos militares com a quadrilha”, concluiu o comandante.
As identidades dos policiais não foram divulgadas para não comprometer as investigações, que continuam em andamento. A possibilidade de envolvimento de outros facilitadores externos também não está descartada.
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