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Cidades Domingo, 20 de Setembro de 2020, 16:00 - A | A

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Domingo, 20 de Setembro de 2020, 16h:00 - A | A

FRENTE URBANA

Incêndios no Pantanal despertam solidariedade de grupo em Região Metropolitana

RAYNNA NICOLAS

A intensidade com que os incêndios atingiram o Pantanal mato-grossense em 2020 chocaram a população. Por onde passou, o fogo deixou um rastro de devastação e sofrimento, que é sentido de perto pela comunidade local. A dor de ver tanta destruição, no entanto, não se restringiu só às pessoas que vivem no Pantanal. Nos grandes centros urbanos, pessoas sensibilizadas com a situação decidiram se unir, por meio da solidariedade, em prol da defesa desse bioma. 

Reprodução

linha de frente urbana

 

É o caso da advogada e professora universitária Thais Brazil, de 25 anos. Thais decidiu se mobilizar quando viu um vídeo do sofrimento de um animal. "Fiquei desesperada, triste, comecei a chorar muito, querendo fazer algo", conta a professora. 

Inicialmente, Thais conversou com a esposa na tentativa de viabilizar uma boa doação em dinheiro, mas sabia que poderia fazer mais. Foi nesse momento que surgiu a Linha de Frente Urbana, um grupo de pessoas que, mesmo distante do Pantanal, busca dar suporte aos trabalhos realizados por brigadistas, veterinários, biólogos e voluntários que atuam nas áreas atingidas.

"Eu me acalmei, meditei e pensei que com a influência que possuo e por conhecer muita gente legal de bom coração, eu poderia unir as forças e os talentos para conseguir as coisas. Pensei também que o pessoal que está no Pantanal não tem tempo nem recursos e muito menos cabeça para ficar angariando as necessidades deles. Que nós poderíamos ser a linha de frente urbana para que a linha de frente do fogo trabalhasse", explica Thais.

Em 24 horas, a campanha arrecadou R$ 5 mil e uma quantidade significativa de outros materiais. Para Thais, o sucesso do grupo, que hoje conta com 55 pessoas, é motivo de esperança.  

"Posso dizer que me sinto esperançosa e feliz pelo ser humano. Feliz por saber que enquanto uma mão que põe fogo no Pantanal a outra ajuda a salvar. Todos nós estamos felizes e empolgados com a possibilidade de ajuda cada vez mais ampla! Mas não há como ficar confortável sabendo que nossa casa está em chamas", ponderou a professora. 

Uma das pessoas que abraçou a causa foi a, também professora, Fabiula Novelli, de 25 anos. Fabiula relata que ficou sabendo da Linha de Frente Urbana por meio das redes sociais e o projeto veio em boa hora porque, para Fabiula, a vontade de ajudar no resgate dos animais já existia.

Reprodução

linha de frente urbana

 

"Sempre que eu via vídeos dos animais feridos, aquilo me tocava muito, mas eu não sabia como poderia ajudar. Até que na semana passada eu fiquei sabendo do projeto. O que me motivou foi realmente ver o Pantanal sendo destruído, ver tanto a fauna, quanto a flora sendo destruída, isso me entristece muito e eu sinto que tenho que faz minha parte para ajudar. Acredito que se cada um fizer sua parte, conseguimos fazer um mundo melhor. Tenho muita gratidão por todas as pessoas que ajudaram", ressaltou Fabiula. 

A auxiliar ministerial, Anna Corlina Sebben, de 22 anos, conta que nunca encabeçou um projeto social, mas sempre buscou participar das iniciativas mobilizando fundos, realizando trabalho braçal ou suprindo outras necessidades. 

"Sempre que eu posso e vejo oportunidade de ajudar e de fazer com que mais pessoas enxerguem o problema que está acontecendo, eu vou atrás. Como as queimadas no Pantanal estão afetando muito a nossa região, o nosso Estado inteiro, porque é todo um bioma sendo destruído, decidi participar, junto da professora Thais, ajudando de todas as formas que podemos", explica Anna.  

A auxiliar ministerial destaca que toda ajuda é bem vinda. Ela relata que o grupo recebeu doações que ultrapassaram a casa das centenas, ao mesmo tempo que algumas pessoas doaram com valores modestos, como R$ 6. Para ela, isso demonstra o empenho e a vontade de ajudar independente das condições financeiras. Contudo, Anna também relata que muitas pessoas ainda se sentem inseguras em realizar as doações. 

"Tem muita gente perdida, muita gente veio conversar comigo porque não sabia se era confiável. Então eu acho que a gente se colocando à disposição, colocando a nossa imagem, o nosso nome, pessoas de confiança vão junto. Por isso é muito importante a sociedade como um todo se unir, porque o governo agora, essa semana que liberou verba. Se fossemos ficar esperando, o Pantanal já estaria muito mais destruído", afirmou Anna. 

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linha de frente urbana

 

Ecotropica

As doações arrecadadas pela Linha de Frente Urbana são encaminhadas à Fundação Ecotropica, uma  Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) que já possui mais de 32 anos de atuação. 

Por meio do Projeto de Proteção da Biodiversidade "in situ", a Fundação adquiriu quatro Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN's) em áreas de importância no Parque Nacional do Pantanal, a Acurizal, Penha e Rumo ao Oeste localizadas na Serra do Amolar, e a nordeste do Parque, a Dorochê. Juntas reservas somam aproximadamente cerca de 190.000 hectares de áreas protegidas.

A voluntária Carla explica que nenhuma das áreas protegidas pela Ecotropica foram atingidas pelo fogo até o momento, mas isso não impediu que a Fundação se mobilizasse para atender as regiões atingidas. 

"Por fazermos por força e por vontade, resolvemos ajudar, estar próximos. No início estávamos no combate aos incêndios e agora estamos bem focados no resgate dos animais silvestres e selvagens. Nós arrecadamos alimentos, medicamentos e afins e montamos ilhas de alimentação e abastecimento de água. Não só para os animais, mas para os pantaneiros e ribeirinhos que perderam suas terras e sua fonte de renda", explicou. 

A voluntária ainda aproveitou para agradecer. Para ela, o sentimento que reflete toda a mobilização em torno do socorro ao Pantanal é a gratidão. 

"É só gratidão porque quando você vê que as pessoas reconhecem nossas atitudes, é sinal de que tá tudo dando certo. Nós estamos vendo que nosso trabalho está dando certo. A gente vê que temos um propósito ao deixar nossa família em casa e enfrentar algo incerto, então é só gratidão mesmo", finalizou. 

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