Contudo, só pode apreciar este acontecimento quem se encontra no hemisfério norte da Terra. Ou seja, pessoas que estão no Brasil não poderão acompanhar o lunistício, que tem previsão para se estender até 2025.
O fenômeno acontece porque a Lua vai ficar a 28,5º graus ao sul da Linha do Equador. Na prática, o satélite natural vai alcançar os pontos mais extremos em relação à Terra, o que o leva a fazer uma trajetória maior no deslocamento ao redor do nosso planeta. Por esse motivo, ela fica mais visível aos olhos das pessoas e provoca a sensação de que ficou "congelada" no horizonte.
"Este fenômeno se refere aos limites de maior declinação (medida angular em relação ao equador celeste) que a Lua pode atingir ", explica Rodolfo Langhi, professor e coordenador do Observatório de Astronomia da Universidade Estadual Paulista (Unesp).
Pelo fato da Lua estar mais inclinada ao sul do Equador, a visualização dela será diferente para quem estiver em hemisférios opostos.
Os que observarem a partir de países do sul, a Lua nasce mais cedo e se põe mais tarde, apresentando uma trajetória na qual ficará acima do horizonte por mais tempo e atingirá pontos bem altos no céu.
Já para as pessoas que estiveram na parte norte da Terra, elas verão o satélite natural do nosso planeta ter uma apresentação oposta: atingirá no céu as menores alturas do ano - o que provoca a sensação de estar parada.
"Isso significa que aqui no hemisfério sul, a Lua fica mais tempo acima do horizonte, na qual nasce mais cedo e se põe mais tarde do que no hemisfério norte, onde a Lua nasce mais tarde e se põe mais cedo", explica Rodolfo Langhi.
O evento acontece no mesmo momento em que ocorrem os solstícios de Inverno (no hemisfério sul) e de verão (hemisfério norte).
"Acontece que durante os solstícios (entrada do inverno e do verão), no instante do nascer e pôr-do-sol, a linha da eclíptica, no horizonte, aparece o mais afastada possível do ponto cardeal leste e oeste, cerca de 23 graus. Então, quando tivermos uma Lua Cheia por volta desta época, ela nascerá o mais afastada possível destes pontos cardeais", diz o professor.
A linha eclíptica citado por Langhi é uma linha imaginária "percorrida pelo sol" sob o ponto de vista de quem está na Terra (ou seja, nascendo no leste e se ponto no oeste).
A Lua, de acordo com o coordenador do Observatório de Astronomia da Unesp, sempre está bem próxima dessa linha, se afastando apenas 5 graus, por duas vezes durante o mês, uma ao norte e outro ao sul da linha eclíptica.
"Os dois cruzamentos entre o plano da órbita lunar e o plano da órbita terrestre, a eclíptica, se chamam nodos, ou nós. Mas, estes nodos não ficam parados, eles rotacionam lentamente ao longo dos anos", diz o professor.
"Como o nodo já está quase atingindo este cruzamento, a Lua Cheia de inverno está bem mais afastada ao sul da eclíptica e, consequentemente, do equador celeste, uns 28,5 graus. Isto se repete a cada 18,6 anos".
(Com Agência Estado)
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