Em conversa por telefone, a presidente Dilma Rousseff acertou ontem com Antonio Palocci, pivô da primeira crise política do seu governo, que aguardará o posicionamento da Procuradoria-Geral da República (PGR) a respeito das suspeitas de tráfico de influência por parte do chefe da Casa Civil antes de divulgar qualquer decisão sobre o caso.
A espera pela manifestação do procurador-geral, Roberto Gurgel, o que pode ocorrer na próxima quarta-feira, tem dois motivos. Primeiro, Dilma avalia que, se afastar Palocci de imediato, corre o risco de ser cobrada por uma atitude "injusta", no caso de a procuradoria não instaurar inquérito. Na segunda hipótese, de Gurgel achar indícios e abrir investigação, o afastamento de Palocci seria facilitado, sob a alegação de que o governo não vai interferir nas apurações.
Há 22 dias, o ministro está sob ataques da oposição e de setores da base aliada por causa do rápido aumento de patrimônio, que levantou suspeitas de enriquecimento ilícito. De 2007 até o fim do ano passado, ele multiplicou seu patrimônio por 20, informação confirmada pelo ministro na entrevista que concedeu ao Jornal Nacional de sexta-feira, quando pela primeira vez deu explicações públicas sobre o caso.
No último dia 20, o procurador-geral pediu a Palocci esclarecimentos sobre o aumento do patrimônio pessoal. Números confirmados pelo ministro, na entrevista à TV, mostram que foi no final do ano passado que mais aumentou a renda de sua empresa de consultoria, a Projeto.
DEFESA
Líderes petistas que defendem a permanência do titular da Casa Civil no governo aproveitaram um encontro no berço político de Antonio Palocci, no sábado, e divulgaram uma nota em sua defesa, alegando que ele não cometeu nenhuma irregularidade.
O texto, assinado pelo diretório do PT de Ribeirão Preto, afirma que "não existe nenhuma ilegalidade nos atos" do ministro quando ele era deputado e atribui as acusações a uma ação política para criar crise e desestabilizar o governo Dilma Rousseff.
A manifestação foi proposta pelo presidente estadual do PT paulista, Edinho Silva, e aprovada por unanimidade durante reunião com representantes de 40 municípios da macrorregião de Ribeirão Preto.
O comunicado destaca "total apoio" ao principal ministro do governo Dilma Rousseff. "A história pública de Antônio Palocci, seja como vereador, prefeito, deputado ou ministro, demonstra competência e total dedicação na construção do projeto político que transformou a vida do povo brasileiro, tirando mais de 27 milhões da miséria e ascendendo socialmente outros 30 milhões", prossegue o texto.
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